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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Eles vieram para a festa

Eu não acreditava no que via, estavam todos ali.

- Que bom que chegou, Douglas.
- Ana?
- E quem mais poderia ser, chefinho? – perguntou uma outra garota me ajudando com o casaco.
- É que... mas como?
- Acalme-se. Apenas aproveite sem movimentos bruscos ou estresses. Você não quer acordar e perder tudo o que preparamos para você, não é mesmo?
- Desculpa, você é...
- Eu falei que essa ideia era uma perda de tempo, pessoal. Ele não conhece seus próprios personagens. Que merda de criador nós temos.
- Não fale assim, Phil. Ele está apenas confuso com tudo isso.
- Deixa comigo que eu te explico tudo. Meu nome é Bela e caso ainda não tenha notado isso não é apenas mais um sonho. Sim, somos todos seus personagens, reunidos em um cenário que tem elementos de cada uma de suas invenções. Lembra desse quadro? Dessa mesa? E essa máquina fotográfica?
- Vocês são todos meus personagens? – perguntei ainda descrente do que acabara de ouvir.
- Alguns bem antigos, outros nem tantos. Alguns geraram histórias fantásticas, outros pequenos rabiscos, mas estamos todos aqui, juntos, com você.
- Isso é uma loucura...
- Isso é um sonho. E logo você vai acordar desejando que tivesse a chance de perpetuá-lo. Mas logo esquecerá de tudo e voltaremos para a fantasia a que pertencemos.
- Ou seja, muito esforço para nada. O que estou fazendo aqui mesmo?
- Você deve ser o Phil...
- Venha, Douglas. Não ligue para o que ele fala. Você mais do que ninguém sabe como ele é.
- Advinha o que preparamos para o jantar?
- Betty? É você?
- Sim, sou eu, mas não fiz tudo sozinha. A Frida me ajudou com a torta de maçã e a Florence com os assados.
- Hmmm, torta de maçã. Teremos torta de limão também?
- Doug Spencer?
- Prazer em te conhecer pessoalmente - disse me abraçando com força - Sam, Matt... vocês não vão acreditar! Nós usamos o mesmo perfume!

Esta aí parte do que eu lembro. Já no fim da festa, antes que acordasse sedento por um copo d’água, caminhei até a poltrona e me sentei ao lado de Ana Griebler e Estela, a garota que havia me ajudado com o casaco.

- Vocês realmente me surpreenderam.
- Nada mais justo.
- Eu não sei nem como começar a agradecer pela companhia durante todos esses anos.
- Poderia então nos poupar de certar coisas, não é?
- Quanto a isso pode ficar tranquila, Ana. Sei que peguei um pouco pesado com você, mas posso garantir que...
- Xiii.... não fala. Eu adoro esse mistério todo em torno da vida dela. Se você contar perde a graça.
- Está certo, Estela. Ana, posso te perguntar uma coisa?
- Claro, Douglas. Embora você já tenha todas as minhas respostas, será um prazer confirmá-las.
- Você pressentiu algo aqui essa noite? Digo, com clarões, tremedeiras, choques, desmaios?
- Fique tranquilo, meu amigo. Nós não te abandonaremos jamais!
- Não mesmo – reforçou Estela.

De repente estávamos todos em volta da mesa. Doutor Jefferson estendeu a taça de espumante lá no alto e disse:

- Desejamos a você nesse próximo ano, dois mil ideias!

Foi assim. Será assim.
Dois mil ideias, pessoal!
;)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Apocalipse

Ô gente,

O pai que solta a filha pela janela; a filha que planeja a morte dos pais; a mãe que joga o recém-nascido num saco plástico corrego abaixo; o padrasto que enfia 50 agulhas em todo o corpo do enteado...

Salve-se quem puder. É o fim da picada.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A hora agora

Eu olhei no relógio e me esforcei para entender as horas. Nunca fui bom com ponteiros, assumo, mas não se nega um presente daqueles, muito menos o abandona no fundo de uma velha gaveta. O objeto tinha seu valor e, no meu braço, ostentava muito do pouco que eu intencionava ser. Ele é a urgência de um dia cada vez mais atarefado e me mostra, com precisão e pontualidade londrina, que ainda há tempo para muita coisa.

Gosto de observar o tempo passando em pequenos solavancos, naquelas três velocidades. Acho uma chatice não poder segurar esses breves segundos de contemplação. Tempo mano velho, me ensina a te domar? Ando relapso com esse blog, mais ainda com o Onbuddiesman... falei que começaria o meu segundo livro, que escreveria sobre tudo e mais um pouco. E aí? Nada! Tudo isso já é passado e a sensação é de que o presente me escapou pelas mãos, antes mesmo que eu pensasse nele. De qualquer modo, o futuro me gera desconforto, mas ainda é uma boa escapatória em que posso confiar. Ufa!

Ficam as lembranças e sobra esperança por um 2010 ainda mais cheio de realizações - e naturalmente mais corrido. Não posso reclamar: como disse em um post passado, as coisas simplesmente...ACONTECERAM. E tudo isso é apenas o começo, porque no meu pulso, o meu relógio continua a sua jornada sem parar jamais.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Rego de Freitas

Eu e Rita ficamos observando ela, amarrotada, ajeitando a prótese de silicone sob o extravagante sutiã de renda. Jogou o cabelo de lado e puxou a imensa mala de rodinhas, comprometendo o insinuante rebolado enquanto caminhava. Okay, tinham os imensos sapatos salto 15, tipo agulha, e a calçada esburacada que não ajudavam muito.

- Uau, como ela aguenta? - exclamou Rita, incrédula.
- Não sei, mas ele aguenta. - respondi.

Os traços masculinos forçadamente escondidos em uma maquiagem pesada e o cabelo negro, ralo e crespo, liso e loiro, artificialmente óbvio. O gogó protuberante, as pernas mal depiladas, o braço peludo descolorido. O que ela esperava de São Paulo? Por que seus olhos brilhavam tanto?

Fomos preconceituosos, assumo. Não pelo que ele era, mas por aquilo que ela poderia fazer. A imaginamos parada em uma esquina qualquer se vendendo por alguns trocados. Mas que valor ela teria? Fizemos um cálculo rápido, simples. Materialistas!

- Certeza, amigo! Ela passará fome...
- Talvez.
- Ou ela vai viver, bem, você sabe... Sem nem cinco minutinhos para café da manhã, almoço ou jantar.
- Que maldade!
- Sim, a ela e aos outros. Que maldade de vida!

Talvez ela tenha percebido nossos olhares. Fomos indiscretos, invasivos, maldosos. Ela não deu a mínima e, antes que entrasse no táxi, amassou o chiclete velho com a ponta dos dedos e jogou bem nos nossos pés. Sem carolice, mas uma imundice.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Segunda chance

Há tempo para tudo e, contudo, não há tempo para nada. Temos que ser pacientes, temos que nos movimentar. Temos que esperar e fazer acontecer.

Não sei se paro, não sei se corro, na dúvida espero, em marcha lenta. Evito assim choques bruscos, colisões fatídicas. Evito ser ultrapassado por todos. Não sou o coelho, tampouco a tartaruga. O que eu sou? O que nós somos?

Seja você mesmo, não se esponha em demasia. Chore, mas sem soluçar; sorria, mas sem gargalhar; viva, mas sem viver... mais ou menos por aí? Pedem moderação, exigem atitude. Acostumamos a ser incoerentes e dúbios, adaptáveis para os otimistas. Dançamos conforme a música, esperamos pelo grande momento e não suportamos a ideia da vaia. Precisamos do aplauso, do bis.

Dá para começar tudo de novo? E se desse? O que faríamos? Em que iríamos nos contradizer?

domingo, 29 de novembro de 2009

Mais uma resposta por email

"O livro 'A GAROTA QUE EU PERDI' é envolvente, intrigante, com ótima narrativa. A riqueza de detalhes nos transporta à história, nos fazendo sofrer com Ana, a personagem principal. O final é surpreendente... assim como todo o livro. Controlar a ansiedade de ler a continuação com certeza é a pior parte... Consigo visualizar muito sucesso pela frente!"

Cris, 29


Eu preciso falar mais alguma coisa ainda? Obrigado, Cris!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Antes só ou mal acompanhado?

- Você tem certeza que espera encontrar a “pessoa certa” no meio de uma pista de dança?

Emudeci. Ele, meu amigo, tinha plena razão e, agora diante de algo tão óbvio, só me restava perguntar o porquê de eu nunca ter percebido isso antes. Odeio comer mosca, ainda mais quando as coisas são tão explícitas e descaradas.

Ao som dos cdjs não adianta a ilusão de um encontro casual, espontâneo. As pessoas estão ali com objetivos bem claros, e qualquer aproximação só se justifica por uma explosão carnal ou mesmo por um interesse não declarado em suprir a depressão momentânea causada pela embriaguez. No outro dia, sobram ressaca, bad e solidão. Cada um na sua, lutando arduamente para sobreviver!

Em uma atmosfera carregada por luzes coloridas e uma euforia induzida, não há espaços para anjos. Como esperar então que a flecha do cupido te acerte em cheio? Impossível! E antes que digam que isso é um texto descrente e frustrado de um mal amado: aprendi que me basto. Nunca me senti tão satisfeito pela incrível pressão provocada pelos dois conjuntos de músculos das minhas mãos. Vivo aventuras épicas, sou amante de estereótipos perfeitos e evito qualquer tipo e risco de exposição daqueles esquecidos dentro de quartos escuros, “matinhos”, banheiros, vapores...

Tenho medo da promiscuidade, da fornicação inconsequente. Mas isso ainda é pouco, perto do medo que tenho de me relacionar com certos tipos programados exclusivamente para o seu bel prazer.

Eu quero um namoro, não um divã. Não preciso de apenas mais uma companhia para as baladas. Quero me divertir com coisas simples e inusitadas, rir e me emocionar com pequenos gestos. Não quero me tornar um pai, o ditador, aquele que impõe regras. Espero o mínimo de maturidade, para que possamos crescer juntos. É pedir demais?

No fantástico mundo de Doug não tem cavalo branco, carruagem e outras tantas fantasias, mas me permiti sim idealizar um perfil responsável, bonito, inteligente e divertido. Mais do que isso para quê, não é?

Que fique claro: não estou a procura. Mesmo porque namoros assim não se “acham” ou “caçam”... eles simplesmente acontecem.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Case Geisy, o tamanho da vergonha

As atitudes tomadas pela UNIBAN no caso Geisy dão um belo case de como NÃO agir em situação de crise. Erros estratégicos infantis e grotescos do departamento de marketing, principalmente no uso da assessoria de imprensa, resultaram em uma sequência de ações que fogem totalmente das lições mais básicas ensinadas por Kotler e Armstrong.

Um overview rápido: Informação truncada, falta de posicionamento claro, omissão do reitor , expulsão da aluna, revogação da decisão três dias depois, etc e tal.

Cadê o corpo docente do curso de Marketing e/ou Jornalismo para uma assessoria imediata? Não posso acreditar que tem dedo de alguém da área em todo esse imbróglio. É tudo muito burro, incosciente, estúpido. Revela muito sobre a instituição (a essência dela, seus profissionais) que sempre teve a qualidade questionável e fama de caça níquel exposta na oferta dos inacreditáveis cursos à partir de R$ 199.

Expõe professores e administradores despreparados para os cargos que ocupam. Mostra que as atitudes de hostilização no incidente não foram tão absurdas... elas refletem exatamente aquilo que a instituição é e pensa. MEC, aproveite a oportunidade e avalie a ementa desses cursos e qualificação dos docentes... O mercado agradece.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A primeira adolescente que leu meu livro

O e-mail ao lado - que você consegue ler clicando sobre a imagem - chegou hoje a minha caixa de entrada e me deixou, como não poderia deixar de ser, extremamente feliz e envaidecido.

Franciellen tem o perfil exato do público-alvo que pretendo atingir com "A garota que eu Perdi", tanto que para escrevê-lo, usei e abusei da paciência de um leitor guia de 17 anos. Tem o lance da pretensão, sabe? Mas pensei em uma história que pudesse ser vendida lado a lado de grandes blockbusters como Harry Potter e Crepúsculo. Sonho alto, eu sei.

Mas permitam-me comemorar uma pequena vitória. Ana Griebler, minha protagonista, ganhou vida na imaginação de mais uma pessoa que eu conheço. É ou não é para ficar feliz e orgulhoso?

Obrigado, Fran! Em breve te conto as novidades dos "Planos Perdidos" e mato toda a sua curiosidade, ok?!?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A melhor pipoca doce do MUNDO

Inspirado no William Bonner, que ensinou em seu micro-blog a fazer "o melhor brigadeiro do mundo", eu resolvi utilizar da poderosa ferramenta de comunicação que é o Twitter para disseminar a receita da "MELHOR PIPOCA DOCE DO MUNDO".

Depois do sucesso alcançado por lá - mentira, foram poucos "replys" - segue um RT (abreviação de "ReTweeting", isto é, control c control v no que eu já postei) para você que lê o Ddelivey!. Tome nota:

(Via @douglasfreitas):

Já q o @realwbonner ensinou a fazer o melhor brigadeiro do mundo, atenção q eu vou ensinar a fazer a MELHOR PIPOCA DOCE DO MUNDO.

Receita de casa, segredo de família. Vale a mesma história do brigadeiro: erre a quantidade, mude alguma marca e a receita estará perdida.

Milho de pipoca tipo exportação da melhor qualidade (vc sabe qual é, e eu até poderia dizer a marca, mas não estou sendo pago para isso)

óleo de granola da melhor marca do mercado (atenção, não pode ser de Soja, porque o "estouro" tem que ser no tempo preciso)

Açúcar (ACREDITE, EXISTE UMA MARCA TOP DE AÇÚCAR)... se você não sabe qual é, vá pelo preço... é a mais cara"!

Água Mineral francesa... A quantidade dos componentes químicos interferirão na textura da pipoca, por isso, sem pão-duragem.

A receita é simples: Uma medida de açúcar, para meia medida de óleo e água... Eu utilizo - e recomendo - como medida um copo de 150 ml.

Coloque tudo na pipoqueira e mexa sem parar, lentamente, em fogo brando. Se tiver ansioso, aumente o fogo e a velocidade com q mexe tb.

Ah! Eu esqueci! Se você quiser q ela fique coloridinha como aqlas do pipoqueiro da esquina, acrescente o corante junto com os ingredientes.

É isso. Amadores esperam esfriar. Profissionais atacam diretamente assim que ela sai do fogo, soprando para esfriar. Bom apetite!

Atenção, se parar d mexer, o "melado" queima e já era a receita da melhor pipoca doce do mundo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Escritor revelação? Hein?

"Terminei de ler 'A Garota que eu perdi' escrito pelo, na minha opinião, escritor revelação do ano Douglas Freitas. Além de ter recebido o livro da mão do autor, o que achei um gesto interessante e maravilhoso, tive o imenso prazer de acompanhar a brilhante capacidade do Douglas de imaginar, juntar os fatos e contar bem uma história.
Ele narra em seu livro as aventuras de Ana Griebler, (...) uma garota que passa boa parte de sua vida em um orfanato e quando sai descobre que tem um dom no mínimo assustador! O livro tem um narrativa solta e instigante, sem grandes formalidades gramaticais, uma das características de escritores modernos. Entendam que ausência de formalidade gramatical não tem nada a ver com erros de português: o livro está muito bem escrito, parabéns Douglas ! Fica aqui a minha indicação, leiam A garota que perdi."

Lucas Portugal, Diretor Delta Comunicação e Marketing

Como vocês puderam perceber, ele foi suuuuuuuuuuuuper generoso comigo.
E nem rolou jabá, hein? Obrigado Lucas!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Viva essa paixão

Sobre Rio 2016 valem todos os clichês e fatos que me vêm à cabeça:
  • Palavras do momento: paixão e legado;
  • Paixão ou amor?
  • Sobre paixão "O acometido (...) perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio". A paixão passa, não é? Ficam as dores, mágoas... MEDO!
  • A cidade é mesmo maravilhosa... vocês sabem, cenário de novela das oito.
  • A cidade é igualmente violenta... vocês também sabem, cenário de barbáries que invadem nossos telejornais, dos filmes que exportamos;
  • O projeto é caríssimo, bilhões de dólares!
  • Cariocas são, via de regra, convencidos e metidos. Ficarão ainda mais...preparem-se;
  • O legado do Pan de 2007 mostra que um grande evento pode custar muito (bem mais do que o orçado) e deixar um déficit de benfeitorias em relação ao prometido;
  • Ainda sobre o pan de 2007, o Pelé não acendeu a pira olímpica e, na ocasião, me perguntei o porquê disso, já que ele é reconhecidamente o maior e mais conhecido de nossos atletas. Seria mais do mesmo ele acender a chama nos dois eventos esportivos. Apostou no projeto 2016, acertou.
Ainda sobre a violência, vale a ressalva de que no Pan passamos ilesos à crueldade dos traficantes. Bondade? Claro que não, né? E traficante lá é bonzinho? Como bem observa Marcos Santi Tonetti em comentário publicado hoje na seção Carta dos Leitores do jornal Destak:

"Não teremos nenhum problema de falta de segurança no Rio caso ocorram as Olimpíadas. Isso porque o crime no rio é mais organizado do que a própria segurança pública e sabe que, se causar algum problema, o Estado teria de mostrar alguma resposta, invadindo favelas, prendendo alguns "laranjas" e matando outros. Isso, para o tráfico, não é interessante."

Legado de apaixonanteXXX bilhõeXXX de dólareXXX.
Ah mulequeeeeeeee...... É isso aê merrrmão!

Rita e a minha heroína

"Ana só se descobre depois de despertar o amor por outra pessoa. A partir disso ela se envolve em uma busca por quem realmente é, e o que pode fazer para seu próprio bem. O amor a libertou dos medos e pudores que possuía. Descobriu a vida. O engraçado é que nao é raro conhecer mulheres como ela: a gente aprende que primeiro temos que nos amar para só então amarmos ao próximo... Só que para tudo tem uma exceção. Ana não se amava antes de Eduardo e, a partir do momento em que sente reciprocidade nos seus sentimentos, passa a entender o poder de transformação provocado por um coração em chamas."

Rita Luziet, 37 anos, Coordenadora de Projetos


Faço dois pedidos para todos aqueles que lêem meu livro: um, não me poupe das críticas; dois, escreva o que você achou e que impressão o romance causou. O mais legal de tudo não são só os elogios que recebo ou a possibilidade de modificar um ou outro ponto na história. O que me fascina mesmo é perceber como as impressões mudam e, de fato, a história toma um rumo totalmente pessoal a cada nova leitura. Obrigado Rita e a todos os que já se divertiram com a história de Ana Griebler, A Garota que eu Perdi.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Preparem as pranchas

Partindo da idéia de que na internet se navega, o Google propõe a todos um surf em sua nova onda. Leia mais sobre a novíssima ferramenta no ONBUDDIESMAN.

Quando eu for pai, eu...

Inspirado no post "Quando eu for mãe, eu nunca...", do blog Chá entre amigas, segue um breve relato da minha futura paternidade... Falando nisso, alguém se habilita a... bom, deixa pra lá!

Quando eu for pai não tenho a pretensão de ser diferente de qualquer um outro, mas quero que meu filho tenha orgulho em dizer para os amiguinhos da escola que tem "o melhor pai do mundo". Vou sentir um pouco de ciúmes do amor materno. Pai é pai, mãe é mãe... Preciso começar a aceitar isso! Na hora da bronca, a ameaça sempre cairá sobre os meus ombros "Vou contar para o seu pai!". Mas quer saber? Não importa, desde que eu não seja apenas um sinônimo de respeito custeado através do medo. Quero ser lembrado nas horas mais divertidas e, de repente, me ver "obrigado" a ir jogar uma pelada no parque, mesmo tendo dito toda a minha vida o quanto odeio futebol.

Não esconderei as minhas lágrimas de orgulho e tristeza do meu filho. Ele entenderá a diferença de cada uma delas e mais: não crescerá com a idéia boba de que garotos não choram. Darei umas palmadas nos poucos momentos necessários, mas encherei de beijos, abraços e elogios em todas as outras oportunidades. Acredito no amor e ele também acreditará. Gostaria de assumir o poder de Deus e ser onipresente, onisciente e onipotente na vida dele. Mas sei que isso é uma bobagem... haverá o momento da carência e da dependência, mas terei de aceitar a hora do seu vôo solo. Respeitarei isso, pelo menos prometo tentar.

Por fim, aconselharei e aprenderei em todos os anos que passarmos juntos, e torcerei para que a vida seja justa e eu morra sem que precise vê-lo indo primeiro que eu. Imagino que a perda de um filho seja um milhão de vezes pior do que a dor do parto - reconhecidamente a mais dolorosa das dores que sente um ser humano.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dica do dia: Ocupar-se!

E assim a banda toca no Facebook: depois dos quizes e da fazendinha, a mania da vez é pedir conselhos a Xuxa, receber “dicas bafo”, consultar o Mestre dos Magos, ouvir poucas e boas da Derci, ou ainda quem sabe uma cantada de pedreiro.

Sim, a rede de relacionamento depois de ajudar os seus participantes no processo de conhecimento de suas identidades e transportá-los de volta a fase infantil com o game de estratégia (?) Farm Ville , pretende assumir o posto de guru/psicólogo/ conselheiro/melhor amigo.

Como bem diz a minha avó, se conselho fosse bom, era vendido! Não é o caso. Portanto, aí vai uma dica bacana do Doug aqui: Eu tenho mais o que fazer. E vocês? Não? Então está na hora de procurar, não é mesmo?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Insensível

Uma cidade é capaz de transformar os indivíduos em pessoas mais insensíveis? Antes da resposta - que eu não pretendo dar - eu sei que tem todo aquele lenga lenga de que regras têm exceções, de que o que vale para o José pode não valer para o João muito menos para o Tomé e de que tudo, se olhado com cuidado e um distanciamento mínimo, não passa de uma questão de perspectiva.

Sendo assim, porque bolas vou perder meu tempo escrevendo - e vocês lendo - esse bendito post?

A insensibilidade cosmopolita há muito tempo me incomoda e duvide-o-dó que vocês consigam passar indiferentes a isso. Mesmo porque se eu estiver enganado e vocês não ligarem a mínima para o que eu disse, isso, por si só, mostra que não estou errado e posso afirmar sem medo que, infelizmente, o progresso parece impermeabilizar a nossa alma.

Não tirei isso do nada. Lembro que quando cheguei a São Paulo vi uma cena que me chocou: uma senhora sem um único fio de cabelo na cabeça, membros atrofiados, com máscara cirúrgica e um olhar penoso de quem espera angustiada pelo malfadado destino. Ao seu lado um pedaço de papelão e um pedido de ajuda - financeira, óbvio. Em plena Avenida Paulista as pessoas simplesmente ignoravam a sua presença, enquanto eu, na época, fiquei compadecido e ofereci as últimas moedas que tinha no bolso. Lembrei dos pedintes de Timóteo/MG... sempre os considerei um bando de preguiçosos. Aquela senhora era diferente: tinha o câncer, a atrofia e a indiferença de toda uma multidão engravatada.

Acontece que o tempo passou e como ela vi outros tantos pela rua da cidade. O que era um fato isolado se tornou rotina e o que era uma novidade, virou corriqueiro, parte do cotidiano. Mesmo porque se eu fosse ajudar a todos...

Fiquei assustado outro dia quando um conhecido, mineiro também, me disse entre uma série e outra do supino, que não vê a hora de ir embora de São Paulo. "Como assim?", retruquei. A resposta estava pronta na ponta da língua:

- Ah cara! Essa cidade torna as pessoas menos amáveis. Ninguém aqui quer nada com nada e você leva tanta cacetada que uma hora acaba se acostumando e passa a fazer parte desse mesmo sistema. Eu não quero isso para mim.

Fofo, inocente... Quase aconselhei uma terapia, mas talvez ele tenha razão. Eu mesmo não espero mais nada das pessoas que conheço aqui. É sempre o mesmo papo, "adorei você, vamos nos ver amanhã? Me passa o seu telefone que eu te ligo". Eu até cheguei a acreditar nisso algumas vezes, hoje não caio mais... E não que eu seja uma vítima: também já prometi ligar e no outro dia, com a desculpa do trabalho, da academia, do trânsito... Vocês já sabem!

Medo de me relacionar? Uma tendência à solidão? Ou será que como o meu conhecido alertou, já faço "parte do sistema"? Tudo em São Paulo é muito longe, para tudo tem trânsito, sem contar que demanda um tempo danado. Desculpas fajutas. Poderia falar de mais um monte de coisas - como as amizades da faculdade do meu irmão, que nem de longe se parecem com as que tive em Viçosa/MG; ou ainda das amizades de balada -, mas o texto já ultrapassou todos os caracteres do bom senso em tamanho e amargura.

Vejam vocês, demorei um tempo danado até que tomasse coragem e me expusesse dessa forma aqui no blog. Sou um cara bacana, fraterno, boa praça, gente fina, amoroso, legal, divertido, mas as vezes revelo um coração de pedra ASSUSTADOR. Ah! Tinha esquecido de que sou sincero também e foi por isso, respondendo a pergunta que fiz lá em cima, que resolvi escrever este post. Quem sabe assim não "vivo mais"?


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fora do tapete

Kassab finalmente recuou da tal decisão de cortar 20 % da verba destinada à limpeza da cidade. Mesmo sem a adesão de todos os garis, o sindicato mostrou ao prefeito - com um pouco de caos e muita sujeira - que o corte era estapafúrdio e totalmente nonsense: São Paulo precisa é de mais investimentos na área e basta uma caminhada pelo centro ou bairros periféricos para saber disso.

Como já disse aqui no D Delivery!, eu sou entusiasta das Leis Cidade Limpa, Seca e Antifumo. Acho que é bem por aí mesmo, infelizmente: tudo na base da proibição e/ou limitação de direitos. Com o lixo, no meu entendimento, deveria ser a mesma coisa com algo do tipo, jogou no chão? Autuação imediata, multa. Eu sei que um pouco de educação seria suficiente, mas não adianta ser utópico, lições simples de cidadania passam bem longe da formação básica do brasileiro médio. A dor no bolso apertado resolveria, aposto!

E como seria isso? Vamos lá... A princípio começando por bairros pilotos - Jardins, Higienópolis, Morumbi - e importantes avenidas - como a Paulista, Brigadeiro Faria Lima e Berrini. Câmeras seriam instaladas em pontos estratégicos - a maioria já tem - e guardas monitorariam os cidadãos, aplicando quando necessário advertências e multas. Para completar, lixeiras em todos os postes - a exemplo do que já existe na Rua Frei Caneca - e campanhas de incentivo à coleta seletiva e reciclagem.

Será que lanço minha candidatura em 2012?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

You belong to Signs

Para Lavoisier, "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Para Chacrinha, em uma interpretação livre e muito feliz da lei do físico francês, "na televisão, nada se cria, tudo se copia". Verdade,





O melhor de tudo? Com tamanha originalidade ganhar o prêmio de Melhor Clipe Feminino no VMA deste ano. Não merece mesmo, não é Kayne?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Collor imortal



Depois o estado de Alogoas, que tem o menor IDH do Brasil, quer ser levado à sério.
Durmam com mais essa...


segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Heróis

O Ricardo Campos, meu amigo super engajado em temas políticos, deu o start e eu peguei o embalo enquanto espero por seu post lá no Onbuddiesman:

Depois de um retirante/sindicalista, uma seringueira/evangélica arretada. Ou o melhor seria uma mãe no controle? Concordo que economista é tudo muito chato, quadrado e não representa o brasileiro médio, aquele que passa do nosso lado com todo o jeitinho e pinta de malandro. Carioca, Policarpo Quaresma e a busca por um herói que nos represente, o salvador da pátria. Sassá Mutema... Parentes, não restam dúvidas. A vida, mais uma vez, imita a arte.

Quais os próximos estereótipos que elegeremos? O pantaneiro, o gaúcho viado, o caipira, o playboy, o mendigo, o cafetão, a prostituta, o viciado? Talvez seja por isso que quando o assunto é política tudo pareça perdido. Estamos presos demais a imagens, símbolos, fenótipos e arquétipos que nem nos damos conta do valor das idéias.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O plano que eu não pretendo perder



Começo na segunda a escrever o meu novo livro, a continuação de A garota que eu perdi. Por mais que eu tenha aprendido na escola que o título é o último elemento a ser acrescentado/criado, não me contive e já inseri em caixa alta e negrito as palavras que nortearam a minha nova história: PLANOS PERDIDOS.

Entre a razão e a emoção, o dom e o amor. Chegou a hora de explorar as relações interpessoais dos meus personagens e a que ponto tal envolvimento os levará. Quantas vezes não somos "obrigados" a abandonar projetos ou nos envolvermos em outros por um simples capricho do destino? Se você tivesse que escolher entre aquilo o que você sente e aquilo que você é, o que escolheria?

O vídeo abaixo foi surrupiado do Youtube depois de uma busca simples por "Razão e Emoção". Eu fiquei me perguntando: será que somos mesmo capazes de escolher entre uma coisa e outra?




A fazenda do facebook

A que se deve o tamanho sucesso do aplicativo FarmVille no Facebook? Não sei.

De repente, da noite para o dia, o meu mural foi invadido por notificações com as atualizações de amigos que, ao invés de mensagens, vídeos e quizes, anunciavam os seus tratores, plantações, expansão, cercas, galinhas e vacas.

Como tento ser um cara 2.0, ligado a tudo e sempre atento às tendências, me juntei ao grupo e logo me vi diante de uma plantação à espera da colheita. Eu estava na minha fazenda! Um clique depois e tudo estava convertido em moedas, que logo poderiam ser trocadas por mais sementes repetindo todo o processo até que eu pudesse, enfim, comprar uma casa que me abrigasse (e os tratores, cercas, galinhas e vacas que eu falei ali em cima).

Bastou entretanto que eu ficasse um dia sem entrar no Facebook para tudo desandar: minha plantação morreu e meu mural foi completamente dominado por fazendeiros e seus rompantes agrícolas. Jogo de estratégia? Uma tentativa talvez, mas que não requer o mínimo de esforço, criatividade ou inteligência crítica dos seus participantes. Absolutamente infantil. Não deu outra: saí na mesma hora e com a ajuda do Xavier - meu amigo que não é caipira e tem horror a lida na roça - consegui desativar aquelas notificações irritantes que pipocavam sem parar no meu mural.

Ficou interessado?!? Tome nota:





É sério, gente! Todo mundo fala em adultização das crianças, mas está na hora de começar a discutir também, e com certa urgência, a infantilização dos adultos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Continuando a saga pela política brasileira...‏

por Ricardo Campos*


ir.re.vo.gá.vel
adj (lat irrevocabile)

Sempre tive certeza da fragilidade dos conceitos e da postura no âmbito petista. Mas fui conferir. Está lá no Michaelis-online: Não revogável, que não se pode anular. Mas políticos têm uma lógica própria e particular. Deve acontecer o mesmo com o campo dos conceitos.

O líder do PT no senado (lí.der sm -ingl. leader- 1 Chefe, guia. 2 Tipo representativo de um grupo) bradava aos quatro ventos a importância de repelir a postura de Sarney e clamava por seu afastamento. Com o cargo de “líder” que lhe foi designado, a certeza dos votos de seus cúmplices nesse sentido era certa. Mas Mercadante parece também ter descoberto a fragilidade dos seus próprios conceitos e a dos seus pares. Ninguém pode vencer o líder maior, o Pai de todos, aquele que consegue assumir o papel de rei e de bobo em sua política de pão e circo.

Ao final, nem o próprio Mercadante resistiu ”Mais uma vez na minha vida, o presidente Lula me deixa numa situação que não tenho como dizer não”

Não poderia ser diferente. O dicionário petista virou cartilha, escrita por Lula de próprio punho. Imaginem! Não podia dar em outra!

...Até eles se confundem!

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* Ricardo Campos, 27, agora escreve semanalmente para o D delivery! enquanto toma fôlego para a criação do seu próprio blog.

Clube das Luluzinhas

Parece "Saia Justa", mas não é! A disposição das participantes e cenário tem um quê de Manhattan Conection, e a pauta é propositalmente fútil, leve, frívola. Mais legal impossível!

Li agora à pouco na Ilustrada que SBT e Band estão interessados no Clube da TPM, o tete-a-tete de Lucimara Parisi, Beth Szafir, Clica Voigt, Lilly Ribeiro e Dani Franco. A atração funciona bem na internet, resta saber se vingaria na tevê aberta. Vale lembrar que o SBT tentou recentemente algo parecido com o Fora do Ar,programa em que Hebe Camargo, Adriane Galisteu, Kajuru e Cacá Rosset prometiam "falar o que der na telha". Não deu outra, como o próprio nome já sugeria a atração não vingou.

Eu como adoro papo de meninas - ainda mais as ricas e bem sucedidas - me diverti à bessa com os vídeos que assisti.






sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Viralíssimo

Nada contra os transexuais que fazem programa, mas eu ADMIRO PRA CARAMBA aqueles que têm culhão de trabalhar durante o dia.



Como são as coisas, não é? Eu fiquei imaginando a Lívia sem cantar por ter vergonha, talvez, do seu timbre de voz grosso, masculino... que é "igual ao da Maria Bethânia"!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sobre xales e agendas...

Ricardo Campos


...É preciso admitir. Só pode ser piada de mau gosto! Tá na cara que usar xale não combina em nada com o estilo da ministra. Principalmente se for “lindo” como afirma Lina.

Da mesma forma, não posso concordar com Lula. Agendas não combinam com a postura pratica da ex-secretária. Além do mais, encontros “ágeis”, “ligeiros” e fortuitos não costumam ser marcados em agendas. Até os mais morosos têm permanecido sem registro. Que o diga o próprio presidente. O que seria de sua imagem se ele tivesse, registrados em sua agenda, todos os encontros que teve com Zé Dirceu depois que ele foi apontado como chefe do mensalão?

Dilma, seguindo a orientação dos seus correligionários, acha pouco relevante se pronunciar sobre um xale e, de pronto, recebe o apoio de Tarso Genro.“Eu acho uma bobagem isto. Acareação de que? Acareação se faz quando tem alguma coisa grave, algum delito, algum problema.”

...Falar sobre uma agenda seria igualmente irrelevante, mas Lina não se esquivou.

Tensões a parte, voltamos às vacas magras, e as artimanhas do governo parecem atingir seu objetivo primeiro. Lina Vieira causa bem menos problemas discutindo o estilo de Dilma que ocupando cargo de confiança na receita federal. Sem agenda, o que diz Lina não é relevante. Se Dilma não pediu para agilizar, não mentiu nem cometeu crime. E por que colocar em cheque a lisura de Sarney?

Assim, numa tarde de quarta-feira, arquiva-se, portanto os processos por quebra de decoro parlamentar do senador. E a seqüência continua. Salvando a pele do homem, não há porque o PMDB criar problemas para o governo na CPI da Petrobras... E o governo segue orquestrando sua banda.

Talvez alguém mais além do governo consiga tirar proveito dessa história toda. Lina é mãe de Rodrigo Vieira, humorista dos mais conhecidos no nordeste através de seu personagem “Mução”. Tenho certeza que o presidente já deu boas risadas com ele.

Se Lula soubesse, talvez não tivesse feito qualquer comentário sobre a agenda de Lina. Já Mução, não teria o mesmo cuidado. Não perdoaria o xale, muito menos a peruca!

O presidente morreria de rir, já a ministra...

Casualty

Vou voltar a falar de Ana Griebler, a garota que eu perdi.
É que navegando pelo youtube, eu achei a abertura da série de televisão favorita da minha personagem: Casualty, uma produção inglesa cuja primeira temporada foi exibida em 1986, narra as histórias do Departamento de Acidentes e Emergências do fictício Holby City Hospital. Drama.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Aprendizado

A vida é mesmo incrível: como em uma roda gigante vamos lá em cima, no céu, e no minuto seguinte já estamos lá embaixo, no inferno. Tudo muito intenso, rápido. Sentimos um frio na barriga e por mais que a história pareça se repetir, não aprendemos NUNCA! É o que nos torna grandes sábios, e também o que nos faz completos ignorantes.

Expurgar demônios, eliminar vazios e expandir. Cada vez estou mais certo de que nessa vida não existe verbo melhor de se conjugar do que este: aprender. Com erros e acertos, aos trancos e barrancos e sem dó nem piedade. Não teria a menor graça se fosse diferente.

Que grande lição tirarei do dia de hoje? Mal posso esperar para descobrir.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Drimio, a rede das marcas

Fui apresentado hoje ao Drimio, "a primeira rede social com foco no relacionamento de Fãs e Consumidores com suas Marcas". Na hora lembrei da pós, das aulas do professor Ivan, do branding. "Que maravilha", ele exclamaria.

Lembrei também de Naomi Klein e do excelente livro "No Logo". "Que tragédia, o fim dos tempos", a jornalista ponderaria. A ERA DAS MARCAS é cruel e vitimiza sem dó nem piedade pobres mortais como eu e você.

No meio disso tudo eu parei no exato instante em que já ia clicar no link de "Quero efetuar meu cadastro". Ufa! Por alguns instantes me vi a salvo de mais uma rede social.

Somos expostos, bombardeados e estraçalhados com tantas informações e novidades. Desde quando descobriram que uma boa ideia em HTML vira milhões da noite pro dia, as mentes criativas parecem ter deixado de lado pesquisas científicas, pensamentos filosóficos e um monte de outras coisas, para se dedicar exclusivamente ao mundo cibernético. É preciso saber filtrar!

Eu não soube e, com a desculpa que era só para garantir o meu nome de usuário (douglasfreitas), entrei no Drimio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Que me desculpem os fumantes, mas...

Foi o primeiro fim de semana longe da insuportável fumaça dos cigarros alheios e ao que tudo indica os fumantes sobreviveram, prova que com um esforço mínimo (ou uma proibição drástica) é possível sim abandonar o vício. Eu tinha minhas dúvidas se a lei de fato seria respeitada, como as grandes casas noturnas controlariam o acesso e como reagiriam diante de práticas contraventoras. Tudo foi muito educado e respeitoso, pelo menos onde eu estive. É claro que, vez ou outra, alguém pelos cantos ou mesmo agachado com grupinhos à volta tentava disfarçar o agora criminoso hábito de soltar baforadas em locais fechados. Eram cenas inusitadas, às vezes engraçadas e outras preocupantes, porque mostram como a dependência à nicotina é algo sério e de saúde pública. O mais legal de tudo? Voltar para casa sem aquele cheiro insuportável impregnado na pele, nos cabelos e na roupa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cigarro OUTDOOR

Quer dizer que contra liminares e reclamações de empresários da noite a lei antifumo finalmente entrou em vigor? É hora de sair às ruas e ver como isso funciona na prática. Será que os maços de cigarro serão confiscados na porta de entrada das grandes casas noturnas? Ou fumantes serão advertidos quando riscarem os fósforos ou acenderem os seus isqueiros? É pagar para ver!

Enquanto isso, durante o dia, fumantes por todos os cantos, sozinhos, em grupos, reclamando, rindo, conversando. Sim! Mais um ponto para a lei que ajudou a socializar os paulistas, tornando as ruas um grande ponto de encontro e a escapadinha para fumar no meio do expediente, o evento do momento. Resultado: bitucas, milhares delas jogadas na sarjeta.

É aquela velha história de empurrar a poeira para baixo do tapete. São Paulo empurrou a fumaça para fora dos ambientes fechados. Questão de saúde pública? Que nada! 2010 está aí pessoal e a lei antifumo é uma manobra super inteligente do presidenciável José Serra. Pois é, ele percebeu que só com aquele papo de ex-ministro da saúde e de vacinação gratuita preventiva da gripe para idosos, seria difícil vencer inclusive as disputas internas de seu partido. Cada um joga com a arma que tem. Ele jogou com o cigarro de terceiros, que nunca mais hão de fumar dentro de locais fechados. E agora Aécio? E agora Dilma? É hora de movimentar as suas peças dentro desse imenso tabuleiro propagandista e eleitoreiro.

Falem bem, falem mal, falem de mim

Eu adoro falar mal, assumo. E se isso já foi um problema na minha vida hoje é uma solução. É claro que não vivo em função de destronar aqueles que me afrontam, confrontam ou que me incomodam. Dou a eles o espaço que merecem, quase sempre muito pouco. Não consigo ser indiferente ou guardar para mim o mal que eles me fazem e basta que alguém se mostre aberto a compartilhar da minha opinião que eu começo o discurso que não poupa os desafetos. E se não tem ninguém que me escute, não tem problema: falo sozinho mesmo!

É mais forte do que eu. Quando percebo tudo transborda. Eu simulo que estou cara a cara com a pessoa, que falo tudo o que pensa, aquilo que me incomoda, os demônios que me acompanham. E de repente, como em um passe de mágica estou livre de tudo. Uma catarse! Libero tudo o que de pior existe em mim e no minuto seguinte estou pronto para tudo de novo. Purificado, sem rancor, ressentimento, raiva.

Eu ofereço na boa o outro lado da minha face para mais um tapa a qualquer um dos que de alguma forma já me magoaram. Pago para ver. Perdôo com facilidade, da noite para o dia ou do dia para a noite. Não guardo raiva de ninguém e esqueço, de verdade, tudo o que não presta. Não tem espaço na minha cabeça para esse tipo de coisa. Os fins justificam o meio. Falo mal sim e não vejo o menor problema nisso.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Quem é Ana Griebler?

Por Rafael Fabretti
Quem é Ana Griebler, essa mulher que tem tirado nosso sono nas últimas semanas? Poderia ser uma vizinha, um parente distante ou aquela moça estranha com quem cruzamos pela rua e, de tão insignificante, temos pena de julgá-la. Mas não: Ana Griebler é a personagem principal de “A garota que eu perdi”. Adotada por um casal de alemães, passou a infância em um orfanato, sempre sem amigos e introspectiva. Adulta, foi morar no apartamento 54 em um prédio qualquer da decadente Rua Augusta do começo dos anos 90. Mergulhada em uma rotina medíocre, trabalha como telefonista na Telefones S.A. e almoça todos os dias a mesma comida no Restaurante Brooklin. Sonhadora, acompanha as novelas para fugir da crueldade do mundo real. Reprimida, observa pela janela a movimentada vida dos freqüentadores de bares e boates. Simples, tem como pequenos prazeres encerar a casa e fazer torta de maça na companhia da mãe. Pura, alimenta um sentimento sincero por um garçom. Covarde, é incapaz de se declarar. Solitária, tem como companheiro um gato. Predestinada, é assombrada por um dom que mudará para sempre sua vida.

-x-

A foto abaixo não nos deixa mentir. Sexta, quatro da manhã, e eu ainda ouvia atentamente as
observações do Rafa sobre a história da garota que EU, Douglas, ainda não perdi. Valeu a pena! Reescrevi muita coisa, acrescentei outras e censurei toda uma parte- que eu até já postei aqui no blog. Obrigado Rafa!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Frase

"Se a pessoa tiver sorte, uma fantasia solitária pode transformar-se totalmente em um milhão de realidades." Maya Angelou


O contexto? "A Garota que eu Perdi", óbvio.

Com que lixo você se parece?

Todo brasileiro ufanista que se preze está HORRORIZADO com os containers de lixo que atracaram em nosso porto. E eu fico admirado com o ineditismo dessa notícia e a repercussão calorosa que ela vem gerando. Convenhamos, não é de hoje que recebemos todo tipo de lixo dos ditos países desenvolvidos. Lixo orgânico, químico, cultural, econômico, humano. Não presta, manda para cá. Já deviamos ter nos habituado com uma questão que se impõe desde o período colonial: entregamos nosso melhor por um trocado de quinquilharias. A velha história da dignidade por espelhinhos... e gadgets e mais gadgets! Nossos minérios, animais silvestres, diversidade botânica, nossa floresta, nossa terra, por artigos "indispensáveis" ao novo homem.
E nada de muito novo, de novo. É como de fato somos vistos. Além do futebol, do sexo e do carnaval, o que sobra na mente européia é um amontoado de lixo que não vale nada. Como é mesmo o forró? Vocês não valem nada, mas eu gosto de vocês... melhor, a gente não vale nada, mas eles gostam da gente. Acharam finalmente uma utilidade, algo que nos justifique.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Skoob, demais!!!

O Rafa Bunhi acaba de me apresentar ao Skoob e eu tenho que confessar: estou fascinado!



(...)
"Por incrível que pareça, um serviço lançado em novembro vem experimentando um interesse crescente pelos usuários explorando um assunto que a média dos brasileiros já comprovadamente não se mostrou muito entusiasta: leitura.
O Skoob ("livros", em inglês e ao contrário) é uma rede social criada por Lindenberg Moreira nascida com a proposta de levar à internet as discussões que ele e amigos tinham sobre os últimos livros que haviam lido.
O funcionamento do Skoob segue similares norte-americanos, como o Shelfari e o BookSprouts: em sua prateleira, o usuário lista todos os livros que já leu (mais especificamente, em qual página), que está lendo ou pretende ler e pode se tornar amigo de usuários ou acompanhar atualizações dele. "

Copiado DAQUI

Eu no Skoob

Mais notícias

Notícias invadem a minha caixa de postal durante a madrugada. A última:


Se o meu livro um filme fosse, segundo o Rafael deveria ter um final tipicamente europeu. Eu continuo achando que não.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eu só falo disso, eu só penso nisso


Como era o trecho censurado:

"(...)

Pense no curso de um rio. Essa é a analogia mais simples e a filosofia mais barata que me ocorre. A vida e a morte, o feminino e o masculino. Biologicamente nos reproduzimos para perpetuar nossa espécie. Dois corpos suados, abraçados e uma desesperada urgência de sobrevivência.

Uma noite quente, talvez a mais quente de toda a vida daqueles dois amantes. Eduardo arrancou a blusa e voltou a enlaçar o corpo de Ana, que sentiu a pele quente do amado queimando a sua, os pêlos do seu tórax, a sua respiração um pouco nervosa.. Suaram juntos. Um abraço mais apertado e o sexo do garçom enrijeceu ao pressionar de leve as nádegas de Ana.

Para ela talvez fosse um daqueles poucos dias em que era tomada por sonhos eróticos, que a levaram instintivamente a ajeitar-se junto à virilha de Eduardo. Tentei me desvencilhar desses pensamentos, mas o desejo de saber aonde tudo aquilo daria me fez, mesmo que timidamente, permitir que tudo continuasse. Eu já podia sentir o cheiro dos feromônios invadindo todo o quarto e sufocando-os com suas libidos.

Os olhos não se abriam. No jogo de enganação que se estabeleceu ali, tinham medo de que a consciência fizesse toda a timidez e vergonha vir à tona. Melhor deixar como estava, olhos fechados, corpos colocados, membro ereto, desejo, tesão, paixão.

Eduardo soltou os braços e com uma das mãos apalpou os seios de Ana. Com a outra mão alisou a cintura, fazendo movimentos lentos que simulavam um coito. Ela imitou e com um rebolado fez Eduardo soltar um pequeno gemido. Ana segurou a mão do seu amado e retirou a bermuda de seda que vestia. Ele abaixou a sua bermuda também. Os movimentos ficaram ritmados e não demorou para que o membro dele encontrasse a cavidade dela, e que uma penetração lenta e cuidadosa se iniciasse. Ele não queria machucá-la, sabia que aquele momento não poderia ser traumático. Mas não sabia que aquela era a primeira vez de sua amada. Ela, tomada por calor e desejo abruptos ficou um pouco incomodada nas primeiras estocadas, mas logo relaxou. Gemidos, suor, sangue. Eduardo soube ali que era ainda mais especial na vida de Ana, que por sua vez, acabara de quebrar mais uma barreira em sua vida. Silêncio, um dois, cinco, dez minutos depois. A respiração continuava ofegante. Eduardo abraçou Ana o mais forte que pôde. “Eu te amo”, sussurrou. Um beijo na nuca, o sono. Para ele. Ela não conseguiu parar de pensar em tudo o que tinha acabado de acontecer.

(...)"

Segui os conselhos do Rafa e limpei o texto.

Quer saber como ficou? Qualquer hora dessas eu conto para vocês.