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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mastigar mais!

Desde que abri as portas desse serviço de entrega (pessoal e não remunerável) sempre, já no finzinho dos dezembros, perdia um tempo danado refletindo sobre o ano que passou e listando uma série de aspirações para o outro que vinha.

Pouca coisa mudou a não ser a baixa frequência dos deliverys - o que pode sinalizar sim um mau momento desse meu produto no mercado, ops, blogosfera - e uma certa preguiça com promessas e planos extensos. Cheguei a sensata conclusão de que preciso ser mais objetivo comigo mesmo como, por sinal, pedem os dias atuais.

Fiz disso um exercício pessoal e decidi  que eu resumiria ao máximo tudo o que estava em minha cabeça, chegando - se tivesse sorte - a apenas uma palavra, que seria como o meu "código cultural" durante 2011. O meu destino e o meu começo, um ponto de partida e outro de chegada. 

Consegui não em uma, mas em duas palavras. A princípio pode parecer estranho, mas "MASTIGAR MAIS" tem tudo o que preciso para começar, caminhar e encerrar bem os 365 dias que vem pela frente.

Mastigar mais as percepções antes de julgar.
Mastigar mais as palavras antes de impor a minha opinião.
Mastigar mais os preconceitos e, se possível, cuspi-los longe.
Mastigar mais os sentimentos, intensificando mais o sabor de cada uma de minhas relações.
Mastigar mais o meu trabalho evitando refluxos.
Mastigar mais as minhas ideias e esboçá-las de forma 100% clara.
E claro, mastigar mais a comida, comer menos, engordar menos, precisar malhar menos e, por fim, ter assim um tempo livre para fazer qualquer outra coisa boa que eu quiser.

Precisa de mais?

Feliz Natal e um excelente 2011 a toda minha clientela.
; )

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Desconstruir histórias

Jéssica adorava pontos finais. 

Tecia histórias inteiras - às vezes longas, outras curtas demais - pelo simples prazer de encerrá-las.  Ouviu uma conversa de início, meio e fim, certa de que sua parte favorita estava sempre lá, na última linha, esperando por ela. 

Assim, obstinada, ela se atirava sem medo em novas propostas e aturava feliz todos as coisas que aconteciam pelo simples prazer de um dia apertar com força a ponta do lápis em uma minúscula, mas objetiva bolinha escura, tipo essa .

Doa a quem doer, não era mesmo da sua conta. Viveu certa de que controlava o tempo de suas orações, a perenidade de suas relações. Estava convicta de que só dependia dela decidir... e acabar! Só ignorou um último ponto, aquele que, um dia, finalizou a sua própria existência. Jéssica ponto, final. 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Enquanto isso lá no Facebook...



É mais um daqueles aplicativos inúteis do Facebook, mas dessa vez me senti tentado a participar. "My Year in Status", como o próprio nome sugere, faz uma triagem aleatória das frases publicadas lá no perfil da rede social nos últimos meses, e junta tudo em um texto no mínimo improvável. Clique na imagem abaixo e veja um pouco do que eu andei postando por lá...


... E não é que o ano passou e eu nem vi?!?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Enquanto isso lá no Twitter...

Dia 11/12, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, será lançado um livro com os minicontos enviados para o concurso #ETCBIENAL. Os três que enviei estarão no projeto.


Um pouco de crossmedia

A casa era grande, o coração também, ambos vazios. Decidiu que era hora de jogar tudo no chão. O espaço um dia seria preenchido por emoções. (30/11/2010)

***

A história de um anão não deve ser contada pela metade. A de um albino não precisa passar em branco e a de um negro não tem de ser uma escuridão. Preconceitos idiotas não estão com nada! Gays não precisam necessariamente ser promíscuos, divertidos ou afetados, mas PODEM SER (assim mesmo em negrito e CAPS LOCK)!!! Não pelo que os outros acreditam e sim por aquilo que querem ser. É o que chamam de "opção". (09/12/2010)




quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sozinha


Antes: Confusa

Que mentira aquele trecho da música do Kid Abelha que diz que "a solidão do amor é uma solidão tão boa", que "quem ama, ama o amor e não outra pessoa". O medo de ficar sozinha no escuro, que eu tinha quando criança, correspondia, na minha fase atual, ao receio de nunca mais voltar a sentir um arrebatamento por dentro. Como eu poderia voltar a viver sem aquele tipo de amor? 

Eu cresci acreditando apenas no amor materno. Não conheci meu pai, não tive irmãos, nunca cheguei a amar minhas amigas. Alguns namorados me distraíram em alguns momentos, mas nada demais. E só. Nada disso me incomodava até o dia em que eu o conheci. Por ser diferente de todas as outras abordagens, de todos os outros beijos, de todas as outras transas, de todos os outros romances, namoros, eu entendi que aquele sentimento era necessário e vital. Foi rápido. Exagerado. Profundo. "E eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida", me vi amando sem medidas.

Talvez pela ausência de um pai, de irmãos, de amigas, encontrei nele tudo o que sempre precisei. Sabe quando alguém completa todas as lacunas que existem na sua vida, naturalmente sem forçar a barra? Hoje sei que isso não é nada bom. Nem um pouco! É melhor mesmo sentir-se atraída pelo oposto como reza a lenda e viver tentando achar pontos de afinidade. Ele era tão igual, tão viciante...

Outro dia fui pega em flagrante discutindo comigo mesma. Até três semanas atrás ninguém tinha notado que isso é um velho e estranho hábito, que cultivo desde quando aprendi as primeiras palavras. Foi o suficiente para alarmar a minha mãe, sinal suficiente para que ela tivesse a certeza absoluta de que eu não estou bem, que talvez esteja  ficando louca.

Agora me vejo aqui, meio louca e muito dependente de todas as lembranças do que vivi.  "Qual o sentido da felicidade? Será mesmo preciso ficar só para se viver?"

Falaram que um terapeuta me ajudaria a responder essas questões. Mais: que sessões me fariam superá-las e, assim, evoluir como ser humano. Que após tudo, eu estaria preparada para seguir em frente e viver um novo amor. Como se eu precisasse ou quisesse. Sozinha, estremeci só de imaginar passar por tudo aquilo de novo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Já falei que sou sortudo?


Certo. Deu tudo certo e eu soube me virar! Incrível como as coisas simplesmente acontecem. Posso dizer que sou um cara de sorte. Comigo é assim: um simples estalo (TIC) e tudo muda de repente. Para melhor, é claro! Não que eu tenha trocado o pneu naquela noite. Eu precisava, é verdade... E até poderia se DE FATO quisesse. Sabiamente percebi que algumas pessoas não nascem, necessariamente, com habilidades para desempenhar certos papeis. Que culpa eu tenho se não tenho aptidão para mecânico? Se nunca sonhei em ter uma borracharia? E que jamais precisei pisar em uma oficina?

Cléo apareceu em meu socorro, com olhar aflito e arrependido. Ok, o arrependido é por minha conta, mas eu a conheço e sei muito bem como interpretar a sua fisionomia. Talvez ela se sentisse culpada também. “Bem feito”, pensei sentado em meio a uma vasta vegetação que crescia rente ao fim do asfalto enquanto observava a destreza com que ela encaixou o macaco, desenroscou as porcas e projetou o corpo para trás retirando a roda murcha. Ela transpirava eficiência, com absoluta segurança sem nem ao menos consultar o manual! Estranho que nunca tenhamos conversado sobre isso... Me dei conta  de que, até então, não sabia que ela possuía mais essa habilidade. Quando foi que aprendeu? Com quem? Senti uma fagulha de ciúme se acendendo no barril de pólvora que existe em  mim.  Rápido, precisava me concentrar em outra coisa. Vejamos... Meu Deus, como ela estava sexy! Como o seu corpo estava torneado! Que peito, que coxas, que bunda...

Tentei ajudar. Mentira. Na realidade, INSISTI umas duas ou três vezes, mas ela apenas resmungou que não. Quando um não quer dois não brigam, não é verdade? E Cléo é muito geniosa, o que, de certo modo, aumentava ainda mais o meu tesão por ela naquelas circunstâncias. Que tal se arrancássemos as nossas roupas e transássemos ali mesmo, em cima do capô? Pensei em sugerir. Assumo que adoro um sexo de reconciliação e somado à adrenalina daquela noite escura, no meio de uma estrada semi-abandonada... Uau! Seria qualquer coisa entre apoteótico e aventureiro...

sábado, 23 de outubro de 2010

Em menos de 140 caracteres

Três minicontos publicados no meu Twitter:

O menino chegou e se sentiu pequeno diante de toda aquela grandiosidade, mas saiu de lá um gigante, preenchido por palavras.

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"Não te criei para isso", esbravejou sem sucesso. Decidida, a filha caminhou em direção ao seu triste destino.

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Tick-tock Tick-tock ... Brrr! A...a...atchim...a...a..ahchoo! Argh! Baruuum! Pim ping plim plic... Ufa! Zzz!! Snore ron ronc!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Confusa

 Sabe quando sobe um frio na barriga, a respiração falha, o coração dispara, o corpo se aquece - depois se esfria rapidamente - e o chão desaparece sob os seus pés? Foi assim ontem.

Ainda não me acostumei, não assimilei a ideia de que tudo mudou e, com lágrimas nos olhos, assumo que não estou preparada para viver sem ele. Tenho que ser forte nesse ponto.  Foi tudo de repente, sem aviso, uma surpresa. A pior notícia que poderia chegar pela manhã. Atendi o telefone e uma voz, sem piedade, soltou palavras que meu cérebro custou a compreender.

Eu teria de me habituar a viver sem ele. Por quê? Eu me perguntava e sabia que ninguém, jamais, daria uma resposta plausível. Nada, nunca mais, de jantares românticos, declarações apaixonadas, beijos calorosos... Como acreditar que eu poderia amar novamente? Impossível.

E aí, de repente, ontem. Entendam, não estou sendo dramática! Há meses estabeleceu-se o silêncio absoluto e eu fingia acreditar que um dia superaria, que toda aquela dor que me consumia iria embora para sempre com ele.  E sem nenhuma explicação ali estava ele, online de novo, bem na minha frente, na tela do meu MSN. "Impossível", repeti para mim mesma, mas não consegui controlar a minha emoção e veio tudo: o frio na barriga, a falta de ar, o coração disparado, a sensação febril e aquele vácuo no chão.

Entendam, não estou sendo exagerada. Marcos morreu de um AVC em janeiro, o que tornaria impossível a sua presença no mundo virtual, não?  Óbvio que sim, tentei me convencer, mas não resisti até clicar sobre o seu nome e puxar assunto. Senti toda dor, de novo, quando Murilo revelou-se. Disse que tinha descoberto a senha do email  do irmão e estava ali com uma única missão: encerrar de uma vez por todas aquela conta. Só aí me dei conta de que eu mesma não havia deletado Marcos da minha lista de contatos.

Sim, eu tinha a esperança...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O estepe da Cléo

Tudo certo. Não vou me desesperar. Li o manual e posso consultá-lo de novo, agora mesmo, apesar da falta de luz da madrugada. Sou um cara esperto, descolado e meio autodidata. Em todo o caso, não importa essa escuridão toda: posso ligar o farol e aproveitar a luz  das lanternas para reler tudo atenciosamente! O nome disso é "saber se virar". Saco... não consigo me concentrar! Quem é que escreveu essa merda? 

Talvez não seja necessário seguir passo a passo aquelas dez etapas. Sério, não pode ser tão dificil assim trocar uma roda! Afinal, qual a complicação em desenroscar algumas porcas e enroscá-las de novo? Sou homem e isso não deve ser nenhum problema para mim. Sabe como é... a gente nasce sabendo fazer essas coisas, não?

Não. Para começar demoro meia hora para achar o estepe. A culpa não é minha! Onde já se viu escondê-lo debaixo do carro? Desde que eu me entendo por gente - e via meu pai trocando pneus (Ok, não foram muitas vezes... talvez umas duas? Três? Sei lá... não lembro) - o reserva ficava no porta-malas, embaixo do carpete. Super simples de retirar, inclusive. No modelo do meu carro, tudo diferente e eu me pergunto porquê... Mais: por que não me importei com isso quando fui comprá-lo? Ah é... ganhei ele de presente no natal passado.

Pneu no chão, ferramentas nas mãos. Torço para que um carro passe e me socorra, mas os poucos que circulam por ali simplesmente ignoram os sinais D-E-S-E-S-P-E-R-A-D-O-S que faço com os braços. Comecei com um tchauzinho. Não deu certo. Levantei o braço para o segundo automóvel... em vão, também. No quinto, perdi a vergonha e sacudi o mais alto que pude, gritando "Pareeeee" descontroladamente. Eu teria parado... JURO que teria! Enfim, não dá mesmo para esperar um pouco de solidariedade hoje em dia. Ainda mais de madrugada.

Bom, só me resta arregaçar as mangas e trocá-lo. Se eu tivesse atrasado cinco minutos, talvez errasse o buraco e tudo isso não estaria acontecendo. Se eu não tivesse brigado feio com a Cléo e saído no meio da noite só por ter lido aquele estranho SMS do tal do Beto. Pensando agora, assim, friamente, não significa nada receber um torpedo no meio da noite, não é mesmo? E Beto pode mesmo ser um colega da faculdade... E "Pode falar? Beijão, Beto" não insinua necessariamente um caso, ou insinua?!?

Deveria ter acreditado no que ela disse. Não a parte final, quando partimos para as ofensas e ela me mandou embora, gritando para quem quisesse ouvir que eu não presto para nada, que sou um filhinho de papai, mimado. Piranha! É, essa parte não conta, porque ela falou no calor do momento, sem pensar. Afinal, ela seria uma idiota se namorasse um cara assim! Sou meio chato, ciumento e gosto tudo do meu jeito, mas filhinho de papai e mimado é BASTANTE exagerado. Eu trabalho, poxa! Na empresa do meu pai, está certo, mas não fico o dia inteiro em casa "curtindo" como ela disse.

Foco: preciso trocar o pneu. Não quero, mas não tenho muita escolha! Se eu pelo menos não tivesse jogado o celular contra a parede, demonstrando toda a ira que me consumia, já teria acionado o seguro, ou ligado para o meu pai, ou pedido perdão a Cléo por todos adjetivinhos que soltei sem querer. Ela é muito sensível, leva tudo a sério. Okay, eu devo ter pegado pesado, ou melhor, BEM pesado com uma ou outra palavra, mas convenhamos, eu seria uma idiota se namorasse uma garota assim, não?  

 Quem desenhou, aqui

sábado, 2 de outubro de 2010

O mago está de volta

Infelizmente! 

O fato é: não lia nada tão chato desde "A Cabana". Eu, de verdade, não ligo a mínima para a busca/recomeço/ou seja lá o quê que move Paulo Coelho na jornada das 253 enfadonhas páginas de "O Aleph". Só queria saber se ele cita Glória Maria e a matéria exibida pelo Fantástico em 22/10/2006 (Veja aqui). Quer saber? Preferia sentir saudade a um reencontro como esse. 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O lugar predileto de Theo e Nana

Falaram que no início de tudo era o verbo, e este se fez carne. Criar! Transformar! Talvez, “existir”!  Automaticamente, uma imposição, uma submissa e calada obediência,  o tempo, os dias, o tédio, o orgasmo e, por fim, a condenação. A ordem clara violada era SER, e não DIVERTIR-SE! Que ousadia a daqueles humanos!
 
De uma foda veio toda a esculhambação mundana: o apogeu e queda de Sodoma e Gomorra, os famosos bacanais da Roma Antiga e, muito tempo depois,  as casas de swing, uma das quais veio a se tornar “o lugar predileto de Theo e Nana” – talvez o casal mais descolado da cidade.

Theo amava Nana, mas desejava Ana, Fábia, Thereza, Ângela, Carla,... Nana também amava Theo, mas gostava de ser tocada por outros homens. Um dia chegaram a conclusão de que não adiantava continuar enganando um ao outro. Se trair parecia um caminho natural, porque não incorporar a poligamia à relação? Assim, mergulharam de cabeça em suas aventuras, sem esquecer de que juntos eram mais fortes, cúmplices de segredos inconfessáveis. Tinham um ao outro como apoio para os dias em que o “clube” não abrisse as portas.
 
Uma noite normal.  Nana, barba, cabelo e bigode. Insaciável!  Mas toda a segurança e estabilidade do casal acabou no exato instante em que Zé, um velho conhecido, fodeu o rabo de Nana. Não pela iniciativa, não pela região em si. Não era a primeira vez, muito menos a última, em que fazia isso, mas talvez fosse de fato a primeira vez em que ela sentiu prazer com a penetração.  Aquilo irritou Theo, que não conseguiu lidar com o esplendor da excitação de Nana. Tentou vencer Zé, por uma questão de honra, no início com movimentos que considerava precisos, depois com estocadas violentas, manifestações exatas do ciúme que o consumia. Nana se machucou... para sempre! Não por culpa da enrabada, e sim por causa da desconfiança que se estabeleceu a partir de então. A ordem clara violada era divertir, e não ser! Que ousadia a dos dois.   

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PA-LHA-ÇA-DA

Hora do intervalo em toda a putaria que se estabeleceu nesse espaço. O assunto é sério, ou engraçado, sei lá! A sacanagem, ou a falta de vergonha na cara de certos candidatos do horário eleitoral, é o tema de minha entrega de hoje.

Não por menos (ele merece, convenhamos), a bola da vez e vedete do período eleitoral é o humorista/palhaço Tiririca, com candidatura tão esquisita quanto a dos cantores do KLB; a da “curvilínea” mulher pêra; do ladrão de vasos de cemitério – e também estilista, apresentador e cantor – Ronaldo Esper; do agressor de mulheres – e cantor e apresentador – Netinho, do pugilista Maguila; ou ainda a drag queen travestida de Marylin Monroe com sobrenome de bebida alcoólica e língua presa, Salete Campari.  Veja o copilado de vídeos aqui

O fato é que, segundo a Folha de São Paulo, Tiririca pode chegar a 900 mil votos e se tornar o deputado federal mais votado de todo o país! O que explica esse sucesso?

Suspeito que a maioria desses eleitores não está interessada em propostas (ele tem alguma?), uma vez que a campanha do candidato utiliza-se  do slogan “pior que tá não fica”, e no comercial diz sem pudor que não sabe o que um deputado faz.  Tudo muito honesto, sem floreios.

Parte do sucesso da campanha de Tiririca se vale do próprio sistema em que estamos inseridos.  De dois em dois anos todos os brasileiros se vêem obrigados a votar, muitas vezes sem o discernimento mínimo das competências de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Roubam? Desviam? Mentem? Ok, tudo bem... e o quê mais? 

Brasileiros comparecem em massa as urnas, sem entender a importância do ato cívico e como aquilo pode impactar diretamente o seu futuro.  Isso quando são capazes de lembrar o nome e o partido dos políticos votados! “Cobrar? Para quê?!? Não vai dar em nada mesmo!”. Somam-se ainda os inúmeros casos de corrupção, as incontáveis promessas esquecidas, os projetos fascinantes engavetados... 

Tiririca representa para todas essas pessoas uma resposta: pior do que está não fica. Se tudo é uma zona ou um circo, vamos pelo menos rir um pouco. A sua alta popularidade é uma reação a todos os casos explícitos de corrupção que nos fizeram acreditar que tudo não passa de uma grande palhaçada, uma verdadeira piada. O porém, agora, é a troca das peças, a inversão dos papéis: o povo mostra de quem quer rir e coloca de uma vez por todas o nome nos bois. Faz sentido.

Mais: ao contrário dos outros, Tiririca é o único que diz a verdade a sua audiência.  Ele não vai melhorar a segurança pública, construir postos de saúde, priorizar a educação e toda aquela balela de sempre. Com ele, Brasília não ficará melhor, mas tampouco piorará. Ele não sabe o que fará e, por isso, não promete nada.  Melhor assim.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Com quantos paus se faz uma canoa?

Não precisava saber, já que bastava um, o dele, para conseguir tudo o que queria. "Meu Deus, que sorte a minha!", exclamava, certo de que a vida tinha sido realmente muito generosa com ele. Conseguiu um emprego, uma promoção, uma casa, uma família, amantes, dinheiro, poder e o mais importante de tudo, uma fama inigualável de garanhão. Fazia como pediam: devagar, depressa, com carinho, com jeitinho, forçado ou agressivamente. Sem dó, tirava sangue e provocava suspiros, gemidos, grunhidos, gritos de dor!

Até que conheceu ela.

Ela também não era flor que se cheire e dona de uma disposição cavalar, inibiu a performance dele em uma única chave de perna. Comprimiu os músculos, sugando tudo com um apetite fora do comum. Ninguém nunca tinha conseguido ir tão longe, permitido chegar tão fundo. Ela parecia não ter fim, e o pior de tudo: pedia mais! Como satisfazer aquela vaca?

Ele julgava-se o maioral, mas diante dela tornou-se nada. Brochou, perplexo com o vigor que subiu daquela vulva. Tentou animar sua arma, mas quanto mais insistia, mais sentia o músculo se envergar, ganhando uma elasticidade constrangedora. "Endurece, porra!". Tentou relaxar, mas a imagem da mulher tocando-se na falta de algo mais concreto, o rebaixou ao nada.

Ela fez a sua parte e tentou ajudar. Com as mãos, com os lábios, com a língua, com os peitos... ela tentou e acabou por se divertir ao perceber a repentina timidez que transpareceu naquele meio sorriso no canto da boca. Resolveu ali que chegaria ao orgasmo sozinha. De que valia afinal um pau daquele tamanho?

Por fim, gozou se deliciando ao reduzir aquele homem à sua impotência e por perceber que, para ele, aquela falha seria um divisor de águas. Ele deitaria com muitas, mas jamais esqueceria daquela noite. Não era mais o mesmo e tudo por causa dela.

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O prato que se saboreia quente

Jessica se tornou Jessy por motivos nada convencionais. Não foi pelo dinheiro, pela aparente vida fácil, por inocência ou sobrevivência. Não era o calor que sentia no meio das pernas, e sim o ódio que cegava a sua visão. Ela decidiu que aquela seria uma vingança mais do que merecida.

Pensou também em matar – ele, a outra e a si mesma – mas desistiu porque sabia que todo o ódio que sentia ainda era pequeno para atiçar algum instinto assassino. Melhor desistir do que ter de lidar, além de todo o resto, com a sua covardia.

Iria à zona, portanto, e se tornaria uma delas. Deitaria com quantos homens fossem necessários até o dia em que ele soubesse de sua fama e procurasse por seus serviços. Esperava que, com o tempo, o marido entrasse no muquifo e procurasse por Jessy, sem saber que a puta comentada era, ninguém mais ninguém menos, do que ela mesma – sua esposa!

E por que tudo aquilo? Por uma simples desconfiança que a levou a seguir os passos do marido até a porta do puteiro ao lado. Aquilo explicava todas as reuniões tardias e cada vez mais frequentes, justificava o baixo desempenho sexual dos últimos tempos e o pior de tudo: o pouco rendimento do salário no final do mês. Aos poucos ele se tornou um imprestável.

Não chegou a gostar da vida. Era difícil competir com as meninas, mas aos poucos conquistou o seu espaço, porque atendia – sem preconceitos e sempre disposta – a quem a quisesse, independente do dinheiro oferecido.

Para ela, quanto mais repulsiva a imagem de quem a fodia, melhor! Seu prazer aumentava ao tentar adivinhar a reação do marido quando soubesse do trato que ela dava em todos aqueles homens sujos, nojentos e, as vezes, fedidos. Gozava com cada um deles ansiosa pelo dia em que vomitaria tudo, sem floreios, na cara dele. Talvez ele sentisse por ela, o nojo que um dia ela sentiu por ele. Seria então uma vingança justa e precisa.

O cara que desenhou, gustha.com

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Trabalho de campo

Gilmar acordou há três minutos do relógio despertar desejando um dia cessar com as próprias mãos o cacarejar altivo e incessante do galo. Mais do que desejo, sabia que mais cedo ou mais tarde chegaria o dia em que, se quisesse, poderia arrancar suas vísceras e enfim saboreá-lo, pedaço por pedaço. Era o seu trunfo.

Pensou em tudo, quis não lembrar de nada. Em vão. Era forte demais saber que o próprio pai o havia condenado àquele exílio. Como se fosse possível mudar alguma coisa... Como se a simples estupidez machista e o trabalho árduo no campo fossem capazes de transformá-lo.

Tentava entender a linha de raciocínio do seu pai, mas na prática sentia-se ainda mais preso a sua essência. Tudo ali remetia a sexo e sabia que a qualquer momento poderia explodir com tanto desejo acumulado.

Atravessou o pasto desviando ao máximo das fezes frescas do gado, redobrando a atenção ao seu aproximar do curral, onde uma grande quantidade acumulava a espera do dia em que se tornaria esterco. Nem mesmo depois de todas aquelas semanas havia se acostumado com aquele cheiro.

A primeira vaca de muitas outras abriu espaço para sua mente poluída. A temperatura das tetas que preenchiam suas mãos, o movimento de vai e vem ritmado, o leite branco e quente que saía em jatos...

Gilmar teve o que queria: leite quente e em baldes, todos os dias! Enrijeceu seus músculos, noite e dia, o que fez o pai ter a falsa impressão de que tamanha ignorância havia surtido efeito. Foi um excelente e duro trabalho de campo. 

 *O cara que desenha aqui, gustha.com

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Megalomaníacos

Já fomos simples? Nos tornamos complexos? Chatos? Ou exigentes? Exatamente quando e sob quais preceitos tudo isso aconteceu? Se é mesmo verdade tudo o que escuto - que a busca pela felicidade se torna mais difícil a cada novo ano que completamos - morreremos infelizes? E tudo culpa de nossa complexidade, chatice ou exigência? Vale a pena pensar.

Corremos como loucos atrás de realizações pessoais que gerem o mínimo de satisfação (e comodidade, conforto, luxo, corpos, dinheiro, sexo, fama, tranquilidade e mais um monte de outras coisas), mas não conseguimos traduzir isso em felicidade. É isso? Como megalomaníacos sem chão... O tempo passa, castramos nossas próprias asas e, de repente, em um dia que não sabemos ao certo quando, simplesmente deixamos de voar.

Bem ali nos comentários do post passado, a Mel anda num momento em que sente saudade de tudo o que lhe parece simples, de uma vida que parece tão distante, de quando as coisas eram menos complicadas. A Paula Jácome restringiu o sentimento a poder jogar seu voleizinho, sair com suas amigas, beijar o seu marido, ficar com seus filhos pela manhã, trabalhar um pouco à tarde e comprar os seus vestidos. O Rafael Antônio acredita que com o passar dos anos queremos coisas mais grandiosas e por isso nossas decepções aumentam e nosso conceito de felicidade muda. Por fim, o Renan Agostini não acredita em felicidade plena, mas sim em momentos felizes que, algumas pessoas, têm sorte de ter mais do que outras.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ser feliz, mas como?

Ando numa batalha feroz para convencer o Rafael Antônio a ter um blog. Dono de ideias nada convencionais ele ainda consegue me surpreender com algumas de suas declarações, e eu acho um desperdício elas ficarem restritas a um ou outro amigo, sem uma potencial chance de provocar reações e gerar reflexões/discussões.

A última que ouvi, e que reproduzo aqui, é depressivamente assustadora. Após dividir a vida em três fases (realista já que compreendem o espaço de tempo em que ele conhece), Rafael clusterizou a busca pela felicidade da seguinte forma:

- Antes da faculdade, somos felizes e não sabemos;
- Na faculdade, somos felizes e sabemos disso;
- Após a faculdade, não somos felizes e temos total consciência.

Pessoalmente não considero tão simples e fácil assim. Ou desesperador, já que eu estaria imerso em infelicidade, sem perspectivas futuras e ainda por cima convivendo com a saudade de um passado cada vez mais distante.

Ser feliz não é fácil, quando não se quer ser, e se torna extremamente difícil quando nos tornamos exigentes com a vida que levamos. Cobramos de nós mesmos uma performance cada vez mais técnica e esquecemos de vivenciar tudo o que há de "pequeno". E aí nos lembramos do tempo em que tudo era simples, minúsculo, e as preocupações simplesmente não existiam... Éramos felizes e não sabíamos!

Trouxe o assunto aqui ao blog para saber: o que te faz feliz? Quem sabe não seja um caminho ou um guia que ajude a outras pessoas já descrentes da vida que levam? Vamos ajudar o Rafael a enxergar a felicidade... Que tal se convencêssemos ele a começar por um blog?

Conto com a ajuda de todos vocês.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

sábado, 3 de julho de 2010

Não fez sentido

Pelo menos não totalmente.
A Argentina está fora da Copa do Mundo, o que deixa claro que minha teoria conspiratória era uma furada só!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Faz sentido, não faz?

Não engoli a história de 1998, não acho aceitável a de 2006 e não tenho dúvidas sobre 2010.

Eu estou longe de ser um expert em futebol, mas para mim parece bastante óbvio que o Brasil não ganha essa copa. E nem estou avaliando o desempenho capenga dos jogadores, ou a postura arrogante do Dunga.

É bastante plausível, da mesma forma, a Argentina sair vitoriosa da competição, e mais uma vez não estou falando das qualidades que o time tem demonstrado em campo. A verdade é que, nossos hermanos, de posse do título, já aqueceriam e turbinariam a Copa de 2014 aqui no Brasil... Eles como os últimos vencedores, nós os donos da casa, vizinhos, arque-rivais históricos. SENSACIONAL!

E outra... Que futuro esperar de um campeonato com um time aparentemente imbatível e heptacampeão??? Ou alguém cogita perdermos a taça mais uma vez em casa?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Hoje mais velho

Não é sobre envelhecer. Afinal, do que adianta ficar discutindo se uma hora ou outra eu chegarei lá? Sempre me envelheceram e eu me acostumei com a ideia. Até gostava de ouvir quando menino que "nem parecia ter aquela idade".

E porque, cargas d'água, justo agora eu trairia o meu modo de pensar? A diferença de ontem, eu menino, para hoje, eu adulto, é que não tenho mais pressa. 26 anos não são 26 dias, mas também não é tanto tempo assim.

De fato, hoje e sempre, sobrarão lembranças dos bons tempos e a esperança de dias ainda melhores... Independente se com os tais 26 ou com 30, 60 (e porque não 100?), chegarei lá satisfeito por poder dizer sem medo e a quem quiser ouvir que, sim, eu sou feliz!

Obrigado a todos vocês, personagens principais dessa história.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A garota que eu perdi

Chovia muito forte naquele dia e ela se sentiu ainda mais presa dentro do pequeno apartamento. “Merda”, quantas vezes ainda xingaria para aliviar toda a pressão que sentia no peito? Não muitas. Por que tanta angústia e medo? Porque, em resumo, tinha sido uma vida miserável.

Pegou o telefone e pela primeira vez naquele ano pensou em ligar para a sua mãe, mas concluiu que não seria uma boa idéia. Talvez algum outro número de qualquer outra pessoa... Nada lhe veio à cabeça. Onde estavam todos? Será que algum dia teria havido alguém? Ela precisava falar, desabafar... mas com quem?

Com ninguém. A garota estava ficando louca.

Trêmula, levou o pequeno embrulho à boca. Foi preciso pressionar com força os dentes caninos para rasgar todas aquelas camadas de plástico. Redobrou a atenção e entornou sobre a mesa boa parte de todo o dinheiro que havia lhe restado na vida. Estava decidida a não desperdiçar um único centavo do seu último salário.

Fechou os olhos, respirou fundo e alongou mais uma vez os músculos do pescoço. Abriu os olhos e contemplou extasiada o estado em que se encontrava o seu apartamento: toda aquela desordem – as garrafas de vodka barata pela metade e espalhadas por todos os cantos da sala, as roupas sujas em cima do sofá, o mau cheiro que vinha das sacolas de lixo acumuladas perto da porta de entrada – tudo contribuía com preciosismo na construção do cenário de sua degradação.

Voltou os olhos para a mesa e admirou os lineares caminhos que se abriam na madeira envelhecida. Tinha um inacreditável senso de proporção, com olhos que pareciam feitos para aquela missão e coordenação motora capaz de garantir precisão milimétrica em um trabalho primoroso, digno de uma especialista.

Ela era viciada em cocaína há anos, mas naquele instante sentia-se, como nunca, à beira do mais alto precipício. Era preciso estar, ali, naquele lugar e naquela situação. Era onde queria estar!

Há exatos quatro dias leu pela primeira vez a carta que sentenciava a sua morte em até quinze dias, mas havia decidido que duas semanas era tempo demais. Tinha a certeza de que alguém iria lhe matar e podia imaginar as formas mais cruéis para isso. Sabia que estava sendo observada, às vezes seguida. Na dúvida e no medo, resolveu que driblaria seu algoz e morreria de forma prazerosa, por conta própria: cheirando.

Para isso, duas grandes e grossas carreiras do mais puro pó. Uma para cada lado do nariz. Primeiro uma contração nos músculos faciais. Uma dor de cabeça profunda e um clarão também.
É como se ela recebesse uma descarga elétrica que, em frações de segundo, percorre todo o seu corpo da ponta dos pés à vasta cabeleira. Sua visão cega e por alguns segundos é como se ela entrasse em êxtase.

Recordações sombrias invadiram a sua mente e, em um lampejo, ela se lembrou da carta, a maldita carta aparentemente benevolente que trazia em letras de forma a mensagem: “Cuide-se, algo de muito terrível está prestes a acontecer”. Depois foi a vez do estranho telefonema, em que uma voz aflita, abafada por panos, aconselhava cautela, atenção e prudência. Aquela voz não estava mentindo e ela podia sentir isso! Nos últimos dias havia desconfiado que olhares estranhos a perseguiam no meio da multidão. Já tinha suspeitos, vários deles, todos associados ao tráfico. Ou quem sabe algum psicopata, maníaco? Algum ex namorado, talvez... Não estranharia. Todos os dias ela via casos como esse na televisão.

Seria esse o seu fim?

Não, ela não queria que sua mãe sofresse ainda mais ao vê-la exposta em rede nacional. Ela não merecia isso. Ela a mãe, ela a filha... as duas não mereciam nada daquilo.

Mais uma carreira e voltou a ler a carta. Por que ninguém assinou? Por que aquela pessoa que parecia se preocupar tanto com a vida dela tinha medo de se identificar? Poderiam ser amigas, cúmplices... Poderia ser a sua salvação. Mas ninguém apareceu e ela, em pânico, trancou-se no apartamento e cuidou de fechar todas as cortinas. Quem quer que fosse que estivesse seguindo os seus passos não chegaria até ela. Estava protegida.

Foi de repente que lhe ocorreu o óbvio: estava fraca, cansada, desnutrida, mas ainda continuava viva e seu corpo parecia resistir bravamente a todo pó que inspirava. E se não morresse com aquelas últimas gramas que estavam enfileiradas ali na sua frente? O pânico percorreu todo o seu corpo só de imaginar ter de voltar à rua para comprar mais gramas da droga.

Enrolou mais uma vez a nota de mil cruzeiros, tomou fôlego e, debruçando-se sobre a velha mesa de madeira, cheirou desesperadamente tudo o que havia sobrado no plástico sem parar nem ao menos para recuperar o fôlego. Não deu outra. Ela conseguiu o que queria, obteve sucesso em sua última missão, morreu.

Essa foi a garota que eu perdi para a cocaína. Li sobre o caso em importantes jornais da cidade. Não era para ter sido assim.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O melhor livro que a Amanda já leu

"ES.PAN.TO.SO!
Foi a palavra que eu encontrei para qualificar o seu livro. Eu ADOREI! Simplesmente o melhor livro que já li em toda minha vida... Que final é aquele?!? Quando continua? Você conseguiu me surpreender bastante, estou pasma até agora! O modo como falou de coisas da medicina, religião... Caramba! Sem sombras de dúvida foi minha melhor leitura. PARABÉNS!!! Espero que eu possa ter a oportunidade de te perguntar várias coisas sobre a história e, se não for pedir demais, gostaria de ler a continuação. Mais uma vez, muito sucesso!"


Amanda Machado, 19 anos

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Passei pelo crivo da Aline

"A estória é realmente super intrigante e interessante, prende a atenção e motiva a ler tudo rapidinho... A divisão dos capítulos torna a leitura mas ágil, e achei interessante o conhecimento que você demostra no livro, de história, medicina, ciências.
Porque é fato que você reuniu vários assuntos interessantes, que devem ter te dado algum trabalho para pesquisar. A única coisa que me irritou... hahaha.. puxa vida, só faltou escrever 'continua' na última página.. aff... livro e filme sem final não dá!!! Não sem final totalmente, mas com a dúvida se pode ou não continuar. Enfim, passou no crivo! Orgulho-me de ter tido o privilegio de poder ter lido o seu livro. Aguardo os próximos."


Aline Guadalupe Coelho, 24, Mestrando em Química Analítica/UNICAMP

domingo, 31 de janeiro de 2010

De frente com o Doug


Lembra daquela balela toda de cara antenado, 2.0? Pois bem, só agora, mil e um ano anos virtuais depois, eu criei o meu perfil no Formspring*, "o site onde você pode enviar e receber perguntas anônimas e saber mais sobre as pessoas que você acha interessante".

A primeira pergunta que eu me faria é, o que ainda pode haver de dúvidas ao meu respeito?

Pergunte lá: http://formspring.me/ddelivery


* Post com todo jeitão do Onbuddiesman. Enquanto não voltamos por lá, vai por aqui mesmo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Amadurecimento

Ontem eu descobri que a única pessoa capaz de me tirar do prumo, e me detonar em frações de segundo, sou eu mesmo! Quando percebo que pisei na bola, que fui burro, ingênuo, malicioso ou estúpido, sou tomado por uma cólera corrosiva, um sentimento puro e simples de ódio. Odeio errar.

"Como fui burro, meu Deus!"

No diálogo que crio comigo mesmo, o meu eu do presente - super esperto, inteligente, perspicaz - odeia o meu eu do passado - ignorante, bobo, imaturo. Que fique claro que esse embate é atemporal. Os dois eus podem ser separados por segundos, minutos, horas, dias, meses, anos... e se colidirem a qualquer instante, em qualquer lugar.

"Como sou esperto, meu Deus!"


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quem liga para o Haiti?

Quando a terra tremeu no Haiti eu não senti nada. Talvez raiva... da chuva, em São Paulo. Aí vieram as notícias, volumosas. De repente descobri que duas vezes o número de habitantes de Timóteo (a cidade em que cresci no interior de Minas Gerais) estavam sob os escombros. Entendam: pelo Haiti, nada, mas pela comparação com algo tão próximo a mim, tudo. O calafrio de me imaginar deitado na cama e no minuto seguinte esmagado por cimento e ferro retorcido, ou de longe ter de torcer pelo resgate de quem tanto amo... nossa, apavorante!

Haitianos sempre morreram e aos montes. De fome, na infindável guerra civil... Ok que eles ainda não tenham se acostumado com a ideia. A novidade (boa?) é que dessa vez, finalmente, conseguiram comover os estrangeiros que a situação por lá é mesmo terrível.

Os interesses são todos escusos e o que sobra é demagogia, assistencialismo ineficiente. As toneladas de alimentos que tentam chegar no aeroporto de Porto Príncipe aguardam em uma fila de espera enquanto sobreviventes se estapeiam nas ruas por doações, fugindo é claro dos sprays de pimenta de soldados despreparados para lidar com o caos urbano instaurado. Quem liga mesmo?

Desculpa se não me sinto estremecido pelo Haiti ou se não sofro com as suas mazelas. As coisas são assim mesmo. A terra treme, chove e as ruas alagam. Cada um sofre com a realidade do seu entorno e eu, de guarda-chuvas, não me satisfaço com essa utopia toda de querer salvar uma ilhota com cinco quilos de alimento ou um agasalho velho.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PER.FEI.TO ponto final

"Seu livro não é bom Douglas, ele é PER.FEI.TO.
Se nao é o melhor que ja li, é com certeza o 2º no maximo! O final é INCRIVEL...nossa amei demaais. PARABÉNS, primo! Quando soube que você tinha escrito um livro, pensei 'será que é bom'? Repleto de curiosidade, bastou ler as primeiras páginas para já abrir um sorriso e ser envolvido pelo mistério. É perfeito, cara! Não desista NUNCA, porque o livro é otimo e venderá bem se Deus quiser".
Tulyo Pereira, 17 anos


"Tulyo,
O livro do seu primo é muito bom ! Eu não consegui parar da ler, porque me fez pensar muito no que ia acontecer a cada novo capítulo! E o final do livro foi uma coisa inesperada... eu adoro quando os finais não ficam óbvios, escancarados no começo! Parabéns ao seu primo Douglas ! O livro tem tudo pra fazer o maior sucesso! E espero que tenha o 2º! Parábéns! Amei, amei, amei muuuito! E obrigada por ter me passado! Assim que lançar eu vou comprar! Bj, Emily Camila"


Quem sou eu para dizer o contrário, não é? A Garota que eu Perdi já é um sucesso... Pelo menos para mim, para o Tulyo, para a Emily e meia duzia de outras pessoas importantes que já leram.
E pelas mensagens acima, quando eu finalmente tiver editora e puder vê-lo nas livrarias, duas vendas já estarão garantidas. Obrigado, meninos!

;)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tenho novos vizinhos

Os mendigos tomaram uma calçada vizinha a minha e é claro que estou incomodado. Agora tenho que andar na rua disputando espaço com carros, motos e bicicletas. O risco é meu, eu sei, mas é que fui educado a nunca entrar na casa dos outros sem ser convidado. Logo, se a calçada foi transformada em quartos, salas e banheiros, só me resta ser coerente com tudo aquilo que aprendi.

É assim que o sistema funciona: a prefeitura sempre empurra o lixo para debaixo do tapete. Por aqui, montaram um forte esquema de policiamento em uma praça ao lado e expulsaram os moradores de rua que lá viviam. Não deu outra: Feito pombas, uma praga, escolheram um outro espaço para fixar moradia, e advinhem só, bem no meu caminho.

O que eu não entendo é que a maioria deles ficam à mercê das intempéries por livre e espontânea vontade. Gostam das calçadas esburacadas, do mal cheiro, das roupas imundas, da cara feia de terceiros. Negam o auxílio da prefeitura - que disponibiliza abrigos até onde eu fui informado - e ainda têm a cara de pau de exigir um trocado a quem ousa atravessar por seus cômodos, uma pedágio diga-se de passagem injusto visto o estado deplorável em que deixam as ruas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Presentão de natal

"No meio do feriado do Natal tive que te escrever... É que aconteceu uma coisa interessantíssima comigo. Recebi aqui em casa, no dia 24/12, emprestado de um amigo, um livro. E durante o Natal, li esfomiada as 219 páginas. Acabei ontem (26), às 12h.

Meu querido, 'A garota que eu perdi' é legal DEMAIS! Adorei e fiquei realmente impressionada com o mistério, com o romance, com os personagens, com você! Já sabia que era bom escritor, mas um romance... Coisa pra poucos... E bom assim! Me fez chorar e rir, de verdade, sem exageros! E eu com minha atenção difusa, só consigo ler rápido assim o que é muito bom, pois o normal são 5 livros de uma vez, cada hora um pedacinho de cada um. O seu conseguiu me parar!

Parabéns, de verdade. Apesar da leitura penetra, tive que comentar. Me perdoe a intromissão e guarde os elogios, pois são sinceros. Muito sucesso para você!"
Paula Cláudio Jácome
http://www.chaentreamigas.com.br

Vem cá... eu ainda preciso comentar?
Obrigado pelas palavras de incentivo, Paula!