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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Do blog para o site

No dia 09 de abril de 2007, citando uma frase de Voltaire, eu abri as portas do Ddelivery prometendo mais do que de fato consegui cumprir. Sei disso! O serviço de entrega - de meu ponto de vista, de minhas criações e de mim mesmo - as vezes parecia uma espelunca fadada à falência. Eu sumia por meses para depois voltar, com a maior cara lavada prometendo que tudo ia ser diferente... Isso algumas vezes! E vocês sempre pacientes, voltando a consumir o único produto disponível no cardápio - minhas ideias - e até onde vai a minha inocência, sem segundas intenções. 

Nossa! Até parece que estou escrevendo para dizer que tudo isso já era. Não, muito pelo contrário. Estou abandonando apenas o endereço www.ddelivery.blogspot.com para poder recebê-los de forma muito mais confortável no www.douglasfreitas.com 

Mas calma que a reforma ainda não está pronta: os textos antigos foram desformatados durante a mudança, por exemplo. Não estou satisfeito com o layout também, mas em relação a isso, o tempo fará um bem danado ao espaço. E o que muda? Pouca coisa. 

O blog, onde eu me entrego e de graça, continua se chamando "Ddelivery" e está escancarado lá na home. Em "A garota que eu Perdi", em breve, disponibilizarei a versão completa do meu livro para você ler em seu computador, iphone, ipad,... Por enquanto, os três primeiros capítulos de amostra. 

Na seção "Onbuddiesman" um link direto para o site colaborativo sobre mídias sociais que escrevo com uma turma bacana. Se você não entrou, vale o clique.

"DDD" bem que poderia ser "D de Douglas", mas nesse caso é apenas "D de Download", o lugar onde vou postar os links de TODAS as músicas, sets e cds que eu baixo, o que não é pouca coisa e deve ser o grande papa-audiência do site. E, por fim, "Contato" tem o acesso para o meu Facebook, Twitter, email e LinkedIn. Clicou, adicionou, seguiu,...

Obrigado, Blogger/Blogspot e a todos vocês que salvaram o ddelivery.blogspot.com em seus feeds. Mudamos! Nos vemos no www.douglasfreitas.com

Até lá!!!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

10x0!

Do Twitter do deputado Jean Wyllys (@jeanwyllys_real):



"A decisão do STF [Supremo Tribunal Federal] valerá para todos que recorrerem à Justiça. Para transformá-la em direito, a briga será no Congresso. Contudo, a decisão do #STF ajudará- e muito - nossa luta lá no Congresso Nacional (na Câmara em particular). 

Que todos os deputados possam se lembrar de que, no dia posse, juraram defender a Constituição e o Estado Democrático de Direito! Que deputados e senadores se lembrem de que nossa lei maior é a Carta Magna (a Constituição) e não a Carta de Paulo aos Romanos.

E hoje, dia de vitória, não vamos dar ouvido à tagarelice dos canalhas, ignorantes, fundamentalistas e cínicos. Eles foram derrotados! Um pastor deputado disse que decisão do STF é 'começo da decadência moral'. Não é não! Decadência é explorar comercialmente a fé dos pobres. Moral elástica essa de quem abomina a homossexualidade, mas aceita, de bom grado, lavagem de dinheiro, corrupção e exploração da fé alheia."

Sem mais.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pequena Abelha


Não adiantou retardar a leitura. Virei a página e atravessei, já me sentindo meio órfão, o ponto final de "Pequena Abelha" (Chris Cleave, Editora Intrínseca, 272 páginas). Mesmo querendo, não vou contar o que achei, muito menos detalhes da história, seguindo à risca o pedido impresso na contracapa. 

Odeio essa sensação de vazio que fica quando termino de ler um bom livro. No caso desse último, extremamente bem escrito, foi ainda pior: cheguei a fechar e reabri-lo várias vezes seguidas, enquanto decidia se deixava ou não o final para outra hora. 

Vale muito a pena. A história do encontro e reencontro de Sarah e Abelinha rende um bom dedo de prosa....  É só me convidar! ; )



segunda-feira, 2 de maio de 2011

A ideia infeliz de Osama

Osama, infeliz, resolveu passar uns dias em uma boa cama, desfrutando de um bom cardápio e tomando banho em uma ducha quentinha... Dez anos era tempo DEMAIS para o seu deserto pessoal. Admirava Moisés por ter aguentado 40 anos! Os tempos eram outros, explicou para si próprio.

A verdade era que ele estava enjoado das noites em cavernas escuras... e pensar que um dia tinha sido diferente! Mas a sua fé justificava tudo e, portanto, não dava para voltar atrás. Tinha valido a pena. Era um vitorioso: O Google flagrava as mais inusitadas cenas mundo a fora, mas jamais fora - até então, é claro - preciso o sufiente para dar as coordenadas que a Casa Branca tanto queria.

E como quem desdenha da própria sorte ou como quem já cansou de tudo e não quer mais nada, resolveu que poderia ser normal...mesmo não sendo. E de uma hora para a outra, foi morto e jogado ao mar. Bem suspeito, eu, ele e até Deus duvidaria.

Onde está o corpo? Perguntaria Maria ao ver a pedra removida. Onde está o meu senhor? Questionarão milhares de extremistas religiosos que veem no terrorista, "apenas" um enviado de Alá. Agora, mais do que nunca e sem corpo à mostra, assistiremos ao nascimento de um semi-deus islâmico. Parabéns, Obama! Jogada "do"  - e não "de" - mestre... daqueles do mal! 

E antes que chegamos ao quarto dia e todos peçam que os EUA retirem a pedra e mostre ao mundo que, de fato, pode comemor a MORTE de Bin Laden, muito dessa lepra já se alastrou Oriente Médio a fora. Eu não preciso enxergar chagas e feridas, muito menos abrir o mar para ver o corpo de Osama. O defunto já fede e jaz há dez anos contaminando a vida de pessoas em todo mundo. O assassino do Realengo, por exemplo. Mereciamos sim, mesmo que não adiantasse nada, ter a certeza de que ele sofreu antes de morrer e ver, com a clareza de dois aviões se chocando em prédios, ele sendo esmigalhado. 


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Casamento real

www.alisonjackson.com/
"Admiro a Inglaterra por ainda ter um casamento REAL. A maioria dos que eu vejo hoje em dia é FAKE", observou Hallys Soares, que não sei se é de fato o autor da frase, mas merece todo o crédito por ter saído na frente e postado o trocadilho em seu feed de notícias do Facebook antes que qualquer um dos meus outros amigos.

Não se trata de acreditar ou não em casamentos, gostar ou não das cerimônias, apostar ou não na relação monogâmica. Estamos repletos de exceções às regras mais tradicionais de união matrimonial, que funcionam bem no dia a dia. Quem aí não conhece alguém que juntou (ou amigou) há tempos? Ou de casais que simplesmente assinaram os papeis longe de todo o oba oba e boca livre das grandes festas? E aqueles que não precisaram jurar (ou acreditar em ) fidelidade, abrindo a relação e lidando muito bem com isso?

Pior mesmo deve ser perceber que tudo o que você sonhou, acreditou e viveu, acabou ou pior, simplesmente nunca existiu. Frustração! Ninguém vai para o altar esperando algum dia enfrentar um processo de divórcio... Nem deveria. Acreditar e sonhar é que faz com que tudo, por mais bobo, inocente e fake que pareça, se torne real para quem vive. E a desconstrução de uma história perfeita a dois, torna qualquer sentimento real, aos olhos de terceiros, a coisa mais fake do mundo.

Eu admiro o da Inglaterra e a maioria dos casamentos que eu vejo. Fakes ou reais, eles acreditam. 




quinta-feira, 28 de abril de 2011

Voyeur

A vida da vizinha não era mais interessante do que a minha. Azar o dela em atravessar os dias entre o fogão cheio de panelas e a tábua cheia de roupas para passar. Preenchia sua vida com temperos e amaciantes, sem entender que - o que precisava mesmo - era apimentar a si própria e estender as suas ações em um varal infinito de possibilidades! Eu tinha certeza de que ela seria feliz e, claro, me faria também.

Poderia perder horas vigiando os seus movimentos, acompanhando o desenrolar de suas histórias, desejando vencer a timidez e ser um dos inúmeros amantes que entrariam por sua porta enquanto o marido estava no trabalho. Mas me contentaria apenas em ver... algo diferente, vocês sabem! Conseguiria visualizá-la dentro de alguma lingerie macia e provocante ou utilizando a mesa da cozinha para servir-se como prato principal.

De verdade eu estava cansado daquele avental! Conhecia todas as roupas e era capaz de adivinhar o menu do dia antes mesmo do cheiro invadir o meu quarto, um aviso de que em breve as suas crianças desceriam e se juntariam para almoçar. Ela poderia - e por mim deveria - ir muito além dos limites da cozinha e área de serviço que eu conseguia ver.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

De repente

Tiros, gritos e sangue ocupam as salas e tudo, de repente, não mais que de repente.

A terra treme sob seus pés e uma onda enorme de desespero, dor e incompreensão nos arremessa violentamente contra tudo que um dia fingimos acreditar: a escola é um lugar seguro.

Escola não é, e nunca foi, um lugar tranquilo, não se engane! Da pequena violência - que risca carros de professores, fura pneus de diretores e ofende, espanca e mata gays e gordos, por exemplo - até a atrocidade
explícita, nua e crua, de um aluno armado que atira a queima roupa contra seus antigos colegas.

Quantas histórias já tivemos (menores que essa, é claro!) e quantas outras ainda teremos para entender que segurança é sim um assunto que se trata desde o maternal? De repente, não mais que de repente, não há mais lugar seguro, pessoal. A terra desce, o chão treme, os tiros acertam e as ondas sucumbem até os mais fortes. E ao contrário do tom otimista, o mesmo choro que vem pela noite é ouvido durante toda a manhã, e vice-versa.

De repente, não mais que de repente, qual será a próxima tragédia que assistiremos horrorizados? Estaremos a salvo? Sinceramente, eu duvido. Deus queira que demore, mas do jeito que as coisas andam, é só uma questão de POUCO tempo, infelizmente.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Plágio?

Faço parte (até já falei aqui) do Skoob, "a rede social para quem gosta de ler", mas quase não entro lá. Poucos dos meus amigos se inscreveram no site, já que o foco ali não é pegação, putaria ou fofoca... Aliás, passa BEM longe disso!

O fato é que um dia desses, me deparei com um banner que anunciava "Revelações", o primeiro da trilogia "Horizontes" escrita por Roberto Laaf. O segundo e o terceiro respondem respectivamente por "Vocação" e "Processo Seletivo". Veja o hotsite aqui.

Na apresentação da história, o seguinte descritivo: "Quando a vida de uma pessoa é marcada por tragédias que estão além da compreensão humana, é possível que o futuro não seja exatamente o esperado. De todas as experiências vivenciadas por alguém que sofreu perdas irreparáveis, antever assassinatos é aquela que mudará para sempre o seu destino". Mais, "um Dom pode determinar os caminhos de uma vida, mas teria força suficiente para evitar uma morte?".

OPA! Peraí... A personagem, "ANA CLARA", "possui um raro dom de premonição que lhe permite saber quando uma pessoa tem a vida ameaçada, bastando o mínimo de contato físico com ela para que terríveis visões de assassinato fervilhem em sua mente. Depois de adormecido por vários anos, o dom de Ana Clara ressurge de forma inesperada, trazendo-lhe visões apavorantes com sua melhor amiga sendo brutalmente assassinada. Sua angústia é saber que, em todas as vezes que seu dom se manifestou, as pessoas em suas visões morreram. E, agora, ela deseja desesperadamente evitar o assassinato de sua amiga". No meio de tudo isso, ela se apaixonará por um Eduardo!

Já me falaram de uma história de consciente coletivo, de que as ideias estão aí ao alcance de todos e a diferença está em justamente colocar primeiro em prática. Sei que premonição não é um tema incomum e que Ana e Eduardo é quase uma versão de Maria e João, mas a junção de tudo é bem atípica! Sou bem orgulhoso quanto a isso.

Se fui plagiado, não sei. Mas na história de sair na frente, que me desculpe o senhor Roberto Laaf e a tal Ana Clara... Ana Griebler, "A Garota que eu Perdi" já é uma realidade nos registros da Biblioteca Nacional um ano antes de "Revelações".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pedras


No meio do caminho de Carlos Drummond de Andrade havia uma pedra. E foi justamente ela que permitiu que ele escrevesse, talvez, o melhor de seus poemas.

Pedras, às vezes tão duras, às vezes tão frágeis. A pedra que o namorado apaixonado lança na janela da sua amada no meio da madrugada ou aquela que leva a morte quem se opõe a uma interpretação religiosa extremista. A pedra que constrói o alicerce de nossas vidas, a mesma que sob a pontaria precisa de um garoto, e seu estilingue, acerta em cheio o pássaro que voa livremente. Pedras que custam muito, preciosas, ou que aparentemente não valem nada. Não são as mesmas que, como parte de uma mistura, tornam-se muros, pisos, paredes e tetos que oferecem toda a proteção que precisamos?

Pedras, parte de uma rocha sólida, firme e imponente, ou parte de um processo natural da vida, já sedimentadas, finas, pequenas e frágeis. Não há rocha, por mais firme que seja, que não se granule um dia. Como tudo na, ou melhor, como "A" própria vida.

Encontramos pedras no caminho. Preciosas, de todos os tipos, que não estão ali apenas para nos atrapalhar. Desviar um pouquinho, ou se esforçar para movê-las, faz parte do processo natural de nossa própria sedimentação. Quem sabe se nos quebrarmos em simples areias não conseguiremos enxergar que somos parte de um Corcovado, Pão de Açúcar ou uma cordilheira sem fim?

Movendo nossos pontos de vista e enxergando outros "caminhos" iremos adiante. Pedras podem ser quebradas, paredes construídas... Hoje, amanhã e sempre.