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sábado, 7 de março de 2009

O livro que quase escrevi sobre o meu avô

Mais um daqueles projetos inacabados. Um desafio na faculdade, um trabalho valendo nota e uma idéia na cabeça: contar a história do meu avô. O que faz dele um homem diferente, interessante? Se casou quatro vezes, e só não foram cinco porque os filhos resolveram interferir.
Ele também fez a parte dele: parou de comer ovos crus, um estimulante conforme me explicou anos depois meu pai.
A sinopse abaixo foi entregue em agosto de 2005 ao professor de Redação em Jornalismo IV e, pelo que me lembro, me rendeu até que uma nota boa. Mas não tão boa que me fizesse sair do comodismo e continuá-la.
Do esquecimento do meu HD para as páginas do meu blog. Eu vos apresento um resumo da história de Geraldo Vieira Freitas, meu avô e como seria a estrutura do livro que, um dia, pensei em escrever sobre ele:
SINOPSE:
Um homem que atravessou momentos históricos importantes sem contudo se envolver ativamente com nenhum deles. Também não dava tempo. Foram muitas mulheres, vieram muitos filhos. Conheceu a pobreza e a riqueza, não necessariamente nessa ordem. No fim, com mais de noventa anos, foi simplesmente mais um que parecia vencer o tempo.

Geraldo Vieira de Freitas casou-se e teve a primeira filha ainda muito cedo. Conheceu a viuvez e a sensação de ser pai solteiro com a mesma precocidade. Teresa da Anuciação deveria ter vivido muito mais do que aqueles dois anos.

Mas a história se conta pra frente e logo, mas muito logo mesmo, ele já estaria casado de novo. Foram seis meses e Dulce Águida de Sá já acrescentava o sobrenome Freitas. Ficaram casados mais de 10 anos, mas a loucura levou a mulher para longe. Entre internações em Belo Horizonte e supostas melhoras, dois filhos nasceram. Mas a loucura fez com que Dulce por muitas vezes esquecesse do sentimento materno. Foram inúmeros tapas, socos, ameaças etc. O suficiente para levá-la a uma duradoura internação na cidade de Oliveira, onde morreria. Geraldo e os meninos viriam a saber tempos depois, quando a carta com tarja preta (como era costume na época) chegou em suas mãos.

Mas mesmo antes de se enviuvar pela segunda vez, os cafezais da sua fazenda se tornaram cúmplices do caso de adultério que geraria o quarto filho de Geraldo. O recém nascido Cirilo foi rejeitado por Rosa que em pouco tempo adoece e morre. Coube então, a primeira filha Maria Tereza cuidar daquele bebê, sem saber que ele era seu irmão. Cirilo só saberia que não era adotado muito tempo depois.
E é nessa mesma fazenda – que presenciou a morte repentina, a loucura doentia e a rejeição fria – que trabalha a família de quem viria a ser a terceira esposa de nosso personagem. Ela não queria, mas os pais insistiam. Era o casamento ideal para Jacira de Almeida A trouxeram de Belo Horizonte e sobre a ameaça de tirar a benção, conseguiram realizar o casamento.

Os pais de Jacira só não contavam com o infortúnio do destino: uma crise e as terras vendidas. Jacira só não contava com o amor. Apaixonou-se, o que naquela época, na roça, era o mesmo que dizer “teve filhos”: foram mais seis!

Era hora de procurar melhores condições, reconstruir a vida. E assim todos se jogaram na estrada em um caminhão rumo ao Paraná. Poderia ter dado tudo certo por lá. Mas a história para aquela família nunca foi fácil. A primeira filha de Geraldo com Jacira se envolveu com um sargento do exército. Com apenas 15 anos, Maria da Glória foi molestada.

O sargento ameaçou a família de Geraldo. Usando de uma autoridade intimidadora fez da casa dos Vieira de Freitas o seu quartel. A saída era fugir, levar a jovem para longe dos olhos daquele homem. São Paulo foi a opção. Foi lá que ele reconstruiu a vida, que viu os filhos casarem, os netos nascerem. Foi lá que viu Jacira morrer, que enfrentou por anos o câncer de próstata, até morrer no dia cinco de março de 2005 aos 92 anos.
OS CAPÍTULOS

Parte I – Um homem de muitas mulheres

Capítulo 1: Tudo pronto para o casamento
Casamento de Geraldo e Jacira. Lembrança rápida dos outros casamentos.
Capítulo 2: Enfim só.
Morte de Jacira.
Capítulo 3: Teresa, Maria, Herança
O Primeiro casamento.
Capítulo 4: 10 anos ao lado da loucura
O segundo casamento.
Capítulo 5: A Rosa do cafezal
O adultério com Rosa.
Capítulo 6: Por dinheiro obrigada a amar
Jacira e Geraldo

Parte II – Um homem de muitos filhos

Capítulo 7: De homem para homem
Geraldo e seus seis filhos homens.
Capítulo 8: Tiro, lágrimas, dor
A morte do filho Zaqueu e da neta Taís
Capítulo 9: Bendito é o fruto
Geraldo e suas cinco filhas.
Capítulo 10: Filha de brinde
Almenir filha de Jacira
Capítulo 11: Filha por conveniência
A “adoção” de Valéria

Parte III – Um homem

Capítulo 12: Homem de chapéu
O acessório indispensável
Capítulo 13: Homem que crê
A religião.
Capitulo 14: Homem que conta
Casos sempre contados a netos e filhos.
Capítulo 15: Homem que conhece as plantas
A paixão pelos chás.

Parte IV – Um homem de muitos netos, bisnetos,...

Capítulo 16: Filhos dos filhos
Os netos.
Capítulo 17: Filhos dos filhos dos filhos: A família não pára de crescer
Os bisnetos, tataranetos.

Parte V: Um homem em vários lugares

Capítulo 18: Timóteo
Geraldo em Timóteo/MG
Capítulo 19: Histórias de uma viagem
A caminho do Paraná
Capítulo 20: Paraná
Geraldo no Paraná
Capítulo 21 : São Paulo
Geraldo em São Paulo

Parte VI: Um homem de fibra

Capítulo 22: As doenças
Os problemas de Saúde
Capítulo 23: O Câncer de Próstata
A doença que ele venceu
Capítulo 24: Velhice
Os últimos anos de Geraldo

Parte VII: Um homem que luta até o fim

Capítulo 25: Um homem nos últimos dias
Os últimos dias
Capítulo 26: Um homem nas últimas horas
As últimas horas
Capítulo 27: Um homem nos últimos minutos
Os últimos minutos
Capítulo 28: Um homem e o último segundo
O último suspiro

Um comentário:

Anônimo disse...

voltou a escrever!! aqui!!!
vou ler a historia