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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Com quantos paus se faz uma canoa?

Não precisava saber, já que bastava um, o dele, para conseguir tudo o que queria. "Meu Deus, que sorte a minha!", exclamava, certo de que a vida tinha sido realmente muito generosa com ele. Conseguiu um emprego, uma promoção, uma casa, uma família, amantes, dinheiro, poder e o mais importante de tudo, uma fama inigualável de garanhão. Fazia como pediam: devagar, depressa, com carinho, com jeitinho, forçado ou agressivamente. Sem dó, tirava sangue e provocava suspiros, gemidos, grunhidos, gritos de dor!

Até que conheceu ela.

Ela também não era flor que se cheire e dona de uma disposição cavalar, inibiu a performance dele em uma única chave de perna. Comprimiu os músculos, sugando tudo com um apetite fora do comum. Ninguém nunca tinha conseguido ir tão longe, permitido chegar tão fundo. Ela parecia não ter fim, e o pior de tudo: pedia mais! Como satisfazer aquela vaca?

Ele julgava-se o maioral, mas diante dela tornou-se nada. Brochou, perplexo com o vigor que subiu daquela vulva. Tentou animar sua arma, mas quanto mais insistia, mais sentia o músculo se envergar, ganhando uma elasticidade constrangedora. "Endurece, porra!". Tentou relaxar, mas a imagem da mulher tocando-se na falta de algo mais concreto, o rebaixou ao nada.

Ela fez a sua parte e tentou ajudar. Com as mãos, com os lábios, com a língua, com os peitos... ela tentou e acabou por se divertir ao perceber a repentina timidez que transpareceu naquele meio sorriso no canto da boca. Resolveu ali que chegaria ao orgasmo sozinha. De que valia afinal um pau daquele tamanho?

Por fim, gozou se deliciando ao reduzir aquele homem à sua impotência e por perceber que, para ele, aquela falha seria um divisor de águas. Ele deitaria com muitas, mas jamais esqueceria daquela noite. Não era mais o mesmo e tudo por causa dela.

 

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