Quando a terra tremeu no Haiti eu não senti nada. Talvez raiva... da chuva, em São Paulo. Aí vieram as notícias, volumosas. De repente descobri que duas vezes o número de habitantes de Timóteo (a cidade em que cresci no interior de Minas Gerais) estavam sob os escombros. Entendam: pelo Haiti, nada, mas pela comparação com algo tão próximo a mim, tudo. O calafrio de me imaginar deitado na cama e no minuto seguinte esmagado por cimento e ferro retorcido, ou de longe ter de torcer pelo resgate de quem tanto amo... nossa, apavorante!
Haitianos sempre morreram e aos montes. De fome, na infindável guerra civil... Ok que eles ainda não tenham se acostumado com a ideia. A novidade (boa?) é que dessa vez, finalmente, conseguiram comover os estrangeiros que a situação por lá é mesmo terrível.
Os interesses são todos escusos e o que sobra é demagogia, assistencialismo ineficiente. As toneladas de alimentos que tentam chegar no aeroporto de Porto Príncipe aguardam em uma fila de espera enquanto sobreviventes se estapeiam nas ruas por doações, fugindo é claro dos sprays de pimenta de soldados despreparados para lidar com o caos urbano instaurado. Quem liga mesmo?
Desculpa se não me sinto estremecido pelo Haiti ou se não sofro com as suas mazelas. As coisas são assim mesmo. A terra treme, chove e as ruas alagam. Cada um sofre com a realidade do seu entorno e eu, de guarda-chuvas, não me satisfaço com essa utopia toda de querer salvar uma ilhota com cinco quilos de alimento ou um agasalho velho.
Haitianos sempre morreram e aos montes. De fome, na infindável guerra civil... Ok que eles ainda não tenham se acostumado com a ideia. A novidade (boa?) é que dessa vez, finalmente, conseguiram comover os estrangeiros que a situação por lá é mesmo terrível.
Os interesses são todos escusos e o que sobra é demagogia, assistencialismo ineficiente. As toneladas de alimentos que tentam chegar no aeroporto de Porto Príncipe aguardam em uma fila de espera enquanto sobreviventes se estapeiam nas ruas por doações, fugindo é claro dos sprays de pimenta de soldados despreparados para lidar com o caos urbano instaurado. Quem liga mesmo?
Desculpa se não me sinto estremecido pelo Haiti ou se não sofro com as suas mazelas. As coisas são assim mesmo. A terra treme, chove e as ruas alagam. Cada um sofre com a realidade do seu entorno e eu, de guarda-chuvas, não me satisfaço com essa utopia toda de querer salvar uma ilhota com cinco quilos de alimento ou um agasalho velho.
Um comentário:
Caramba!
Estou estupefato. Não somente pela forma clara como suas idéias tomam forma em minha mente ao ler seus devaneios, mas pela maturidade e a maneira de avaliação de suas vivências.
Um TutÔ, (depois eu explico isso)
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