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segunda-feira, 2 de junho de 2008

"A Favorita" em três partes

(***21:25) Não assisti “Da cor do Pecado” nem “Cobras e Lagartos” e, por isso, não conhecia o texto de João Emanuel Carneiro até vinte e cinco minutos atrás, quando “A Favorita” estreou. Entendam: estou sendo precipitado à beça, mas desde Paraíso Tropical não vejo na estréia uma primeira parte tão ágil e inteligente quanto essa. Mérito do texto e, é claro, da direção de Ricardo Waddington que, na minha humilde opinião, é de longe o melhor diretor da atual fase da teledramaturgia brasileira. Por enquanto é só. Vamos à segunda parte.

(***21:40 - Eu ainda mais animado) - Vou ser obrigado a repetir: Que direção é essa? IM-PE-CÁ-VEL! A iluminação, a fotografia, os enquadramentos, as atuações... tudo tão direitinho e bem feito que dá gosto assistir. Esqueci de falar na primeira parte deste post, que a cena inicial me lembrou MUITO Lost...só faltou mesmo as pupilas de Flora se dilatarem como as do Dr. Jack! Os visuais de Taís Araujo e Mariana Ximenes virarão hit nos salões de beleza de todo o país. Parte três no ar.... daqui a pouco eu volto!

(***22:15, depois do fim do começo) Nada contra Marjorie Estiano e Alinne Moraes, mas quando se vê Patricia Pilar e Claúdia Raia em cena dá para entender o peso da experiência na interpretação dos protagonistas de uma novela. Patricia transfere no olhar o peso de uma mulher presa por 18 anos, acusada de um crime que diz não ter cometido. As lágrimas rolam naturalmente e fica mais fácil de nós telespectadores entramos de cabeça no drama da personagem. O texto é primoroso e sai do lugar comum. E por isso vale uma ressalva: a história de "A favorita" não é simples o que deve ser um problema para um público preguiçoso e acostumado a enredos tolos e iguais que abusam de fantasminhas, quem matou quem e explicações sobrenaturais. Aposto em problemas de audiência parecidos com os de "Paraíso Tropical". Tomara que a tia do Grajaú ou o Zé da comunidade X ou Y entendam a complexidade das relações humanas que estão sendo expostas e compreendam tudo o que está sendo dito no texto rápido e inteligente de Carneiro.
Vovó sempre disse: A primeira impressão é a que fica. Ótimo!

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