"O senhor chutou o balde"

O combinado era o seguinte: o jogador de um importante time de futebol de São Paulo estaria disposto a assumir que é gay, em pleno horário nobre da Globo, em um dos mais importantes programas do canal – “Fantástico”! (ambigüidade proposital)

Foi só a história vazar na imprensa para as especulações começarem a pipocar. Algo bem parecido com o que aconteceu quando Jorge Lafond , a Vera Verão, ameaçou revelar em sua autobiografia o nome de um de seus amantes que, para o desespero dos machistas e preconceituosos de plantão, já tinha até jogado na seleção brasileira. Foi-se o tempo em que se podia bater no peito e afirmar sem medo que futebol é coisa de macho.

No caso atual, como era de se esperar, os dirigentes do clube e o empresário foram contrários à decisão do jogador e a intensão do programa de televisão. Chegaram a contratar uma assessoria jurídica para cuidar do caso.

Mas antes mesmo que o Fantástico conseguisse convencê-lo a dar o furo de reportagem no próximo domingo, e para desespero do empresário e dos dirigentes tricolores, o diretor-administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, revelou de bandeja à Milton Neves ao vivo no programa “Debate Bola”, que o jogador em questão era... Richarlyson, do São Paulo. Espera aí. Richa o quê?!? Tem certeza que a notícia é mesmo o fato dele ser gay? Já para o Superpop!

Escreve aí: em dois dias o jogador (e advogados, é claro), irão convocar uma coletiva de imprensa para desmentir Cyrillo e afirmar que “medidas judiciais cabíveis já foram tomadas contra o dirigente do Palmeiras”.

Uma linda, ops, My fair, ops, Paraíso tropical

“Que boa idéia esse casamento primaveril em pleno outono.”

(BEBEL- PARAÍSO TROPICAL)

"Eu não posso falar senão dou pinta... entendeu?"

23 anos delivery!

MARCIA: Douglas, 23 anos. Hoje, no dia do seu aniversário, ele vem ao programa com revelações impressionantes. A história dele surpreenderá você. História de gente, como eu e você. Eu sou Marcia Goldsmith, boa tarde.

(entra VT – Abertura)

MARCIA: Vamos conhecer um pouco da história de Douglas Freitas, história que deveria ter entrado na biografia dos Formandos 2006, mas que por algum motivo que descobriremos hoje, aqui no palco do nosso programa, foi censurado. Vamos ao texto escrito por seus amigos no início do ano passado, que nos ajudará a entender esse drama:

(Entra Off, voz de drama)

Nome: Douglas Pereira de Freitas
Apelidos: (Doug, Dougdoug, Malabim, Fritas)
Data de Nascimento: 17 de junho de 1984
Email: douglasfreitas@gmail.com

No início alguma coisa 123 (Cha cha Cha) e muitas outras atitudes estranhas.
Teve brigas entre amigos e beijos em amigas. “Basfounds”, “confusão”, “barulho”.
Apareceu “Salobridade”, “Barbie”, “Jus”... “Afinal de contas, quem são eles?”.
Muitas aulas perdidas por pura preguiça. Tá, ressaca também! Não tinha dia certo
para festas e idas a bares. Bar do Betinho, Jarbinhas (Nova Casa), Recanto,
Centro de Vivências, Leão, Fama. Teve Largados, Eletrobar, Rota. Teve ainda
Popstar, You Lounge Night Clube (e todas as festas produzidas pela “casa”), Apto
das Tops, esquentas no apartamento de Miss Schin ou de Fabretti. E o 401
que virou sinônimo de boas produções com sets exclusivos de deejays europeus? A
receita para tudo e antes de tudo: gelo (comprado no Valente), vodkas Banhaus
(no Amantino só R$ 3,50), suco concentrado e um bom liquidificador pra bater
tudo! “Ivan, devolve meu apartamento”! E as fotos? Muitas! A página na internet
virou alvo de investigações profundas. E daí? O importante era rir de tudo, de
todos, dele mesmo!
Rafael Fabretti: “Impossível falar dele e não lembrar das suas encenações, das lágrimas falsas e muito menos, dos super Chill Ins que aconteciam em seu apartamento. Um dos fatos marcantes foi a célebre fuga dos policiais na feira: ele fantasiado de Harry Potter e eu de Pingüim, depois dele e a Roberta terem derrubado litros de suco na mesa do Tiger”.
Ludmilla Gutierrez: “Quando penso no Doug, lembro dos badalados esquentas em seu apto, da luxuosa prèmiere YOU, do queijo do subsolo”
Alice Azevedo: “Sempre o 1º a conhecer e divulgar para os amigos o que é tendência. O problema é que nunca se sabe quando está falando sério, como daquela vez em que cismou que iria tentar vestibular novamente e passou dias "lendo" livros de Matemática durante as aulas. Ele é um eterno mistério a ser decifrado”
Carolina Cardoso: “Companheiro de festas, ia a todas até começar a refinar seus
conceitos e, no final, não ir mais! A alternativa? Ir pra BH, JF, ou festejar no seu próprio apto. Morava sozinho só pra pagar as contas, porque o point mesmo passou a ser lá”
Ivan Figueiredo: “Quem imaginou que morar sozinho iria lhe trazer depressão se enganou completamente. Ele simplesmente soltou um ‘Ufa, Let´s go celebrate!’.
Passava três horas na academia entre bodys, musculação, aula de abdominal e spinnig. E achava pouco! A energia era tamanha que ainda ia correndo pra casa”
Roberta Schincariol: “E o idioma que ele fala quando bebe? Além de meu irmão sempre foi um cara muito excêntrico. Tinha a You, boate que ele inventou e que bombava. Sem falar em seus aniversários super finos com comes e bebes e do seu fotolog, que já causou muito frisson!”.
Ludmila Azevedo: “Vivemos tantas coisas loucas, mas as "normais" também são
memoráveis: almoço no Bom Palato aos domingos, Burguer no fim da tarde, ida ao
Betinho durante a semana!”.

MARCIA: Pode entrar Douglas. Vamos tirar essa história a limpo. Brasil prepare-se, porque o que ele viveu, poderia ter acontecido comigo ou com você. História de vida, de mais um jovem com muita coisa pra contar, muitos fatos para relembrar. Mexeu com você, mexeu comigo.

"...I was petrified..."

Nossa! Como 2007 está passando rápido, não é mesmo? E o tanto de coisa que aconteceu esse ano? E o outro tanto que ainda vai acontecer? Está tudo tão veloz que parece que foi ontem que postei o último texto e vejam só... já se passaram nove dias!

Durante todo esse tempo, São Paulo marchou, São Paulo parou. Márcia Goldsmitch voltou, de penteado novo, às tarde da Band e a Globo amargou um fracasso de audiência nos dois primeiros capítulos da tão divulgada “Pedra do Reino”.

Teve político fingindo que as obras do Pan estão em dia, teve político preso, político acusando, negando, desculpando... teve até político mandando relaxar e gozar. A propósito: teve dia dos namorados!!!

Amigos, me desculpem a ausência. O tempo passa, o tempo voa, mas o mais importante de tudo é que, aos trancos e barrancos, o blog continua numa boa. Estou em uma fase de idéias pouco expressivas e concisas, que certamente não mereceriam a atenção de vocês. Por isso dei essa sumidinha. Sou auto-crítico o suficiente para assumir isso na boa, sem estresse. Mas calma que passa... e no domingo, quando completo 23 anos! Nos vemos lá então, ok? Torçam por mim, porque como reza a lenda e diz a canção “ I will survive...”. O blog também.

Operação Xeque-Mate

- O que é isso aqui no seu bolso!
- Não é nada não, senhor.
- Hum, vejamos o que é isso... Olha o que eu achei... substâncias ilícitas...
- Substância o quê?
- Tem mais aí com você?
- Tem não, senhor.
- Porque falou então que não tinha nada no seu bolso?
- Esqueci que tinha levado esse mate pra beber no meu serviço!
- Mate? Quer que eu acredite que isso aqui seja mate?
- Sim, mate... Aquele que faz chá, senhor! Sente o cheiro. Sou gaúcho, não fico sem o meu chá nesse frio!
- A fama dos gaúchos não é muito boa...
- Nem a dos policiais...
- Você sabe com quem está falando? Desacato a autoridade com mais isso que eu encontrei no seu bolso...
- Desculpa seu guarda. Não quis te ofender. Mas isso é mate. Sente o cheiro!
- Isso aqui parece outra coisa, você deve saber...
- Sei não senhor. Parece com o quê?
- É o suficiente para eu te colocar em uma fria. Tá vendo isso aqui?
- Estou...

- E se eu falar que foi isso que encontrei com você? Vai dar um problemão, não é mesmo?
- Faz isso não, senhor. Tenho um menino em casa pra criar...
- Faço sim, e te entrego as seis horas. Vai ficar famoso, passar no Datena...
- Pelamôdedeos, me livra dessa, seu guarda. Minha mulher larga deu...
- Tem dinheiro?

- Não!
- E o que tem nessa carteira, deixa eu ver. Cheque? Só cheque?
- Sim senhor. Não me prende não senhor...
- Mas tem fundo?

- O que?

- O cheque. Tem fundo?
- Tenho um dinheirim das contas, mas é pouca coisa ...

- Preenche, preenche aí logo que te tiro dessa. Não tenho a noite toda. E já vou avisando, não queira bancar o espertinho não, porque se não tiver fundo, eu te ferro, entendeu?


Depois do furacão e da navalha a Polícia Federal está em ação novamente e jogando xadrez! Dessa vez, uma suposta máfia de caça-níqueis estaria envolvida com a corrupção de policiais. Operação Xeque-Mate. São tantas operações, tantas prisões, tantos habeas corpus... Aproveitando o embalo, que tal desarticular a “corrupção-nossa-de-cada-dia” da polícia civil e militar?

Ditados populares

Era uma vez uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) que discutiria a questão energética. Era uma vez Condoleezza Rice, a secretária de Estado dos EUA, que ao achar que podia falar o que bem entendesse, propôs aos presentes o envio de uma comissão à Venezuela, para investigar a não-renovação da concessão do canal de TV RCTV –substituído há duas semanas pela estatal Tevês.

A justificativa: “Não vejo como fechar um canal pode ser visto com algo que não seja uma medida antidemocrática. Nós, membros da organização, temos que apoiar e defender a democracia sempre. Esta não é primeira medida desse tipo na Venezuela, mas talvez a mais dura”.

Foi então que Nicólas Maduro, representante venezuelano, levantou a voz e pediu respeito à soberania de seu país. E não foi só: deu uma alfinetada no governo Bush ao sugerir uma investigação na base militar de Guantánamo, onde os EUA mantêm, desde janeiro de 2002, cerca de 380 supostos terroristas – na maioria afegãos e iraquianos – aprisionados, sendo estes vítimas de tortura e humilhação, segundo a Cruz Vermelha Internacional. “Já que vamos tratar de direitos humanos, é preciso fazer um estudo detalhado sobre as violações dos Estados Unidos”, ressaltou Maduro.

Em uma réplica desastrada, a secretária de Estado justificou que “seria difícil para qualquer comissão debater mais, investigar mais e criticar mais as políticas americanas do que é feito toda noite pela CNN, ABC, NBC ou CBS [todas elas emissoras norte-americanas]. Essa é uma questão de liberdade de imprensa”.

Já que é uma questão de liberdade de imprensa, Maduro propôs na tréplica, que Washington permita à emissora estatal Tevês, entrevistar os presos de Guantánamo. “É algo monstruoso, só comparável à época de Hitler, que ainda existam prisões clandestinas, com prisioneiros sem rostos e sem nome”, disse.

Condolezza Rice, sem argumentos, abandonou a reunião. Era uma vez aquele velho ditado popular: “quem fala o que não deve, ouve o que não quer”.


delivery Outros bons conselhos que vovó certamente daria a Condolezza:
Em boca fechada não entra mosquito;
Quem com ferro fere, com ferro será ferido;
Quem conversa muito dá bom dia ao cavalo;
Quem procura acha;
O barato sai caro;

O que você faria?

Dois fatos impressionantes noticiados no fim de semana:

1) “Polonês acorda após coma de 19 anos - Jan Grzebski, hoje com 65 anos, ficou espantado com as mudanças na Polônia e em sua família durante o tempo em que permaneceu em coma. ‘Agora eu vejo pessoas nas ruas com telefones celulares e há tantas coisas boas nas lojas que eu fico tonto’, disse ele à TV do país. ‘Quando entrei em coma, havia apenas chá e vinagre nas lojas, a carne era racionada e havia imensas filas para abastecer os carros em toda parte.’ (BBC Brasil)”

2) “Na Inglaterra, um homem recebeu a pior notícia que uma pessoa pode ouvir de um médico: ‘você está com uma doença terminal e tem um ano de vida’. Quem garantiu isso foram os médicos de Newkey, na Cornuália, (...) onde John mora desde que nasceu há 62 anos. O diagnóstico foi claro: câncer no Pâncreas. ‘Fiquei em frangalhos. Quatro dias sem comer, sem dormir, só pensando na vida que estava para acabar. Foi quando decidi que iria viver intensamente, feliz, como um rei. Até o último instante’, diz John. Ele gastou tudo o que tinha e só então descobriu que o médico estava errado.” (Fantástico)

Pensando nisso, resolvi propor a alguns amigos, na tarde desta segunda, as seguintes situações:

A) Se por alguma razão você ficasse dezenove anos inconsciente e só acordasse em 2026, que mundo veria ao abrir os olhos? O que gostaria de ver? Ou ainda o que te chocaria ou assustaria?

“Gostaria de acordar em uma sociedade no mínimo mais consciente de sua responsabilidade ambiental. Em que o consumismo exagerado que tanto polui o planeta e contribui para a distorção de valores que acontece na cabeça de milhões de pessoas passasse a ser encarado como algo imoral. No entanto, acho que daqui a 19 anos infelizmente a realidade com que nos depararemos será outra: uma sociedade que paga o preço dos abusos realizados ao planeta em que vivemos.” (Ludmilla Gutierrez – Jornalista)

“No campo da saúde, eu vejo uma evolução no tratamento de algumas doenças que hoje são irreversíveis, como o câncer, AIDS, diabetes. Gostaria de ver uma maior punição a todo tipo de violência, seja o tráfico, lavagem de dinheiros, corrupção... Uma mudança severa que fosse capaz de resolver as questões do país. A violência sempre vai existir, mas espero um maior controle por parte das autoridades. As alterações climáticas serão cada vez maiores e nortearão as pautas dos jornalistas. Ficaria chocado ao ver um cidadão comum de hoje, repetindo os mesmos erros no futuro.” (Guilherme Schröder – Assessor de Imprensa)

B) Suponhamos que um diagnóstico apontasse que lhe resta pouco mais de 12 meses. Como ocuparia o seu tempo? O que você faria?

“Se eu tivesse só um ano aqui, ia passar metade viajando pelo mundo, conhecendo todas as maravilhas que sonho em conhecer, principalmente o Oriente que tem uma cultura tão encantadora e diferente da nossa e a Europa é claro, puro luxo! A outra metade passaria com as pessoas que mais amo, minha família e amigos queridos.” (Ludmilla Gutierrez – Jornalista)

“Faria outros testes e exames para confirmar esse diagnóstico, e caso confirmasse procuraria me divertir, e ficar o maior tempo possível ao lado das pessoas que eu amo. Acho que não sairia fazendo bagunça, porque mesmo com a certeza de minha morte não gostaria de ser lembrado de forma negativa. Mas divertiria sim, e muito, mas isso sem precisar desapontar e chatear quem quer que fosse. Viajaria, afinal sempre é bom conhecer novos lugares enquanto é tempo.” (Rafael Pereira – estudante)

“Eu me mataria assim que recebesse essa notícia” (Cristiano Lara – Estudante)

“Pararia de fazer tudo o que eu faço e me mudaria para um lugar maior, onde eu pudesse fazer e experimentar coisas novas” (Hilton Manoel – Economista )

E você, o que faria?

Também não sou tão esperançoso do futuro. Também acho que enlouqueceria ao saber que tenho pouco tempo de vida. Pode ser daqui há um, dez, dezenove, cinqüenta, cem anos. Pode ser na próxima hora, semana ou mês. Morreremos, isso é fato! E em um planeta que pode ou não estar mais desigual, quente, violento, precoce, moderno,... E sem ser piegas: só depende de nós mesmos, do que queremos, buscamos e fazemos. Um ano não é pouco, leitor!

Papagaios delivery!

Hugo Chávez acusou o Congresso brasileiro de agir como um "papagaio que repete o que diz Washington". Isso porque senadores brasileiros assinaram um requerimento com um pedido para que ele devolva a concessão ao canal RCTV, que foi retirado do ar a quase uma semana.

A história é complexa: concessão é concessão , a RCTV não é nenhuma santa (cometeu sérios deslizes) e Chávez muito menos – o canal era o único de oposição ao seu governo. Mas não estou aqui para ser juiz da história, embora considere lamentável e antidemocrática a forma como tudo aconteceu.

O que eu não entendo é o Congresso achar o comentário nada original de Hugo Chávez uma ofensa. Alguém por acaso pediu retratação quando em 1942 a Disney criou o papagaio cheio de malandragens Zé Carioca? Não?!? Por quê?

Porque malandro, beberrão, que não gosta de trabalhar pode, subserviente não. O que vem dos EUA é bacana, uma homenagem! Já o que vem da Venezuela...


Resumindo: Chávez acusou o congresso brasileiro de “piratear” países europeus e os EUA, ao criticar o fechamento da RCTV. Piratas do Caribe. Não, piratas brasileiros. Papagaio de piratas. Lembra do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense em 2003?

“Nem todo pirata tem perna de pau
Olho de vidro e a cara de mau!
Hoje a coisa ficou preta
Muito preta e com razão
Pirata se queixando de pirata
De terno e gravata na televisão”

delivery Na contramão da cobertura da grande mídia brasileira (anti-chavista), o Observatório da Imprensa trouxe um artigo assinado por Elaine Tavares ("Por que defender a RCTV?", em 08/05/2007, veja aqui) que apresenta razões que justificariam a não renovação da concessão do canal venezuelano.