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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Plágio?

Faço parte (até já falei aqui) do Skoob, "a rede social para quem gosta de ler", mas quase não entro lá. Poucos dos meus amigos se inscreveram no site, já que o foco ali não é pegação, putaria ou fofoca... Aliás, passa BEM longe disso!

O fato é que um dia desses, me deparei com um banner que anunciava "Revelações", o primeiro da trilogia "Horizontes" escrita por Roberto Laaf. O segundo e o terceiro respondem respectivamente por "Vocação" e "Processo Seletivo". Veja o hotsite aqui.

Na apresentação da história, o seguinte descritivo: "Quando a vida de uma pessoa é marcada por tragédias que estão além da compreensão humana, é possível que o futuro não seja exatamente o esperado. De todas as experiências vivenciadas por alguém que sofreu perdas irreparáveis, antever assassinatos é aquela que mudará para sempre o seu destino". Mais, "um Dom pode determinar os caminhos de uma vida, mas teria força suficiente para evitar uma morte?".

OPA! Peraí... A personagem, "ANA CLARA", "possui um raro dom de premonição que lhe permite saber quando uma pessoa tem a vida ameaçada, bastando o mínimo de contato físico com ela para que terríveis visões de assassinato fervilhem em sua mente. Depois de adormecido por vários anos, o dom de Ana Clara ressurge de forma inesperada, trazendo-lhe visões apavorantes com sua melhor amiga sendo brutalmente assassinada. Sua angústia é saber que, em todas as vezes que seu dom se manifestou, as pessoas em suas visões morreram. E, agora, ela deseja desesperadamente evitar o assassinato de sua amiga". No meio de tudo isso, ela se apaixonará por um Eduardo!

Já me falaram de uma história de consciente coletivo, de que as ideias estão aí ao alcance de todos e a diferença está em justamente colocar primeiro em prática. Sei que premonição não é um tema incomum e que Ana e Eduardo é quase uma versão de Maria e João, mas a junção de tudo é bem atípica! Sou bem orgulhoso quanto a isso.

Se fui plagiado, não sei. Mas na história de sair na frente, que me desculpe o senhor Roberto Laaf e a tal Ana Clara... Ana Griebler, "A Garota que eu Perdi" já é uma realidade nos registros da Biblioteca Nacional um ano antes de "Revelações".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pedras


No meio do caminho de Carlos Drummond de Andrade havia uma pedra. E foi justamente ela que permitiu que ele escrevesse, talvez, o melhor de seus poemas.

Pedras, às vezes tão duras, às vezes tão frágeis. A pedra que o namorado apaixonado lança na janela da sua amada no meio da madrugada ou aquela que leva a morte quem se opõe a uma interpretação religiosa extremista. A pedra que constrói o alicerce de nossas vidas, a mesma que sob a pontaria precisa de um garoto, e seu estilingue, acerta em cheio o pássaro que voa livremente. Pedras que custam muito, preciosas, ou que aparentemente não valem nada. Não são as mesmas que, como parte de uma mistura, tornam-se muros, pisos, paredes e tetos que oferecem toda a proteção que precisamos?

Pedras, parte de uma rocha sólida, firme e imponente, ou parte de um processo natural da vida, já sedimentadas, finas, pequenas e frágeis. Não há rocha, por mais firme que seja, que não se granule um dia. Como tudo na, ou melhor, como "A" própria vida.

Encontramos pedras no caminho. Preciosas, de todos os tipos, que não estão ali apenas para nos atrapalhar. Desviar um pouquinho, ou se esforçar para movê-las, faz parte do processo natural de nossa própria sedimentação. Quem sabe se nos quebrarmos em simples areias não conseguiremos enxergar que somos parte de um Corcovado, Pão de Açúcar ou uma cordilheira sem fim?

Movendo nossos pontos de vista e enxergando outros "caminhos" iremos adiante. Pedras podem ser quebradas, paredes construídas... Hoje, amanhã e sempre.