Páginas

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Desconstruir histórias

Jéssica adorava pontos finais. 

Tecia histórias inteiras - às vezes longas, outras curtas demais - pelo simples prazer de encerrá-las.  Ouviu uma conversa de início, meio e fim, certa de que sua parte favorita estava sempre lá, na última linha, esperando por ela. 

Assim, obstinada, ela se atirava sem medo em novas propostas e aturava feliz todos as coisas que aconteciam pelo simples prazer de um dia apertar com força a ponta do lápis em uma minúscula, mas objetiva bolinha escura, tipo essa .

Doa a quem doer, não era mesmo da sua conta. Viveu certa de que controlava o tempo de suas orações, a perenidade de suas relações. Estava convicta de que só dependia dela decidir... e acabar! Só ignorou um último ponto, aquele que, um dia, finalizou a sua própria existência. Jéssica ponto, final. 

Um comentário:

Paula Jácome disse...

Essa pessoa parece comigo...